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Plantio direto é o mais eficaz no sequestro de carbono

O plantio direto reúne um conjunto de técnicas para minimizar o impacto ambiental das lavouras


Estudo da Embrapa mostra eficácia da técnica agrícola na diminuição da queima de combustíveis fósseis, provocada pelo uso de máquinas nas lavouras

O plantio direto é um dos sistemas mais eficazes no sequestro de carbono, oriundo de um dos principais gases causadores do efeito estufa, o CO2 (dióxido de carbono). A eficiência dessa técnica foi atestada por um estudo de cinco anos realizado pela Embrapa Meio-Norte, no Piauí e no Maranhão, considerados a última fronteira agrícola do Brasil. As informações levantadas acabam de ser incorporadas ao banco de dados do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), órgão da Organização das Nações Unidas (ONU).

A pesquisa, coordenada pelo pesquisador-doutor da área de Manejo e Matéria Orgânica do Solo, Luiz Fernando Leite, comparou três diferentes sistemas de preparo do solo nas culturas de soja, milho e arroz: plantio direto, plantio reduzido com uso de escarificador e plantio convencional com arados e grades. Os resultados apontaram que, para condições tropicais como as encontradas no Brasil, o plantio direto sequestra em torno de 0,5 a 0,8 toneladas de dióxido de carbono por hectare, devido à diminuição da queima de combustíveis fósseis e ao aumento no aporte de resíduos vegetais para o solo.

“Nos sistemas convencionais, com uso excessivo de arados e grades, aumenta-se a desestruturação do solo com o consequente rompimento de agregados. No interior desses agregados, há carbono que passará, com essa quebra, a ser disponibilizado para os microrganismos. Esses consumirão o carbono como fonte de energia e, pelo processo de respiração liberarão quantidade mais significativa de CO2”, explica Leite.

Manejo sustentável

O plantio direto reúne um conjunto de técnicas integradas cujo objetivo final é minimizar o impacto ambiental das lavouras. O sistema segue três premissas básicas: não revolvimento do solo, rotação de culturas e uso de culturas de cobertura para formação de palhada, associada ao manejo integrado de pragas, doenças e plantas daninhas. O herbicida da Monsanto à base de glifosato, Roundup®, é o produto que viabilizou o estabelecimento e o crescimento da adoção do plantio direto mundialmente, hoje considerado pela comunidade científica como um sistema sustentável e conservacionista por excelência.

“O plantio direto agrega uma série de benefícios como preservação e melhoria das características físico-químicas do solo, aumento do nível de matéria orgânica, da biodiversidade, da capacidade de retenção de água e melhora no aproveitamento dos nutrientes do solo pela planta, entre outros”, afirma Antonio Galli, gerente de Desenvolvimento Tecnológico da Monsanto do Brasil para a Divisão de Roundup. A empresa apóia a técnica há quase 40 anos, quando foi introduzida no País.

Além de reduzir a emissão de gases do efeito estufa, o plantio direito traz outras vantagens, entre elas o controle da erosão, o melhor aproveitamento da umidade do solo, e a redução de custos na produção pela diminuição do número de máquinas. De acordo com Galli, hoje, a área total cultivada de soja e milho é de aproximadamente 37 milhões de hectares, dos quais 70% (25 milhões de hectares) utilizam a técnica do plantio direto.

O pesquisador da Embrapa responsável pelo estudo reforça ainda que, para que o plantio direto sequestre carbono, é fundamental que esteja associado a um sistema de culturas (cultura principal e cultura de cobertura) com elevada quantidade de biomassa. “Só haverá acúmulo de carbono se o sistema de produção também propiciar aumento de nitrogênio, advindo, em sua maior parte, dos resíduos das culturas implementadas”, explica.

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