Possíveis consequências do La Niña: café global em alerta
Espera-se uma transição do atual padrão climático de El Niño para um La Niña ativo
A Hedgepoint Global Markets, lançou um relatório abordando as possíveis consequências do fenômeno La Niña sobre o mercado internacional de café. As previsões, baseadas em dados do Centro de Previsão Climática dos EUA (CPC), lançam luz sobre mudanças significativas nas regiões produtoras de café em todo o mundo.
De acordo com o relatório, espera-se uma transição do atual padrão climático de El Niño para um La Niña ativo no próximo mês. Esta mudança, prevista para ocorrer entre junho e agosto, poderá impactar diversas áreas de cultivo de café.
Natália Gandolphi, analista de Café da Hedgepoint, explica que as expectativas iniciais previam que o La Niña se tornasse ativo mais cedo. Isso poderia ter aliviado parte da pressão climática sobre o desenvolvimento da safra 24/25 no Vietnã, atualmente afetado pelos efeitos do El Niño. No entanto, as chuvas recentes no Planalto Central ainda não foram suficientes para reverter a situação, com os níveis de precipitação acumulados permanecendo substancialmente abaixo da média.
Além disso, a atenção agora se volta para o Brasil, onde o La Niña pode provocar estresse hídrico semelhante ao observado na safra 21/22, especialmente durante a fase inicial de florada para o desenvolvimento da safra 25/26. Prevê-se que essa transição climática também intensifique a temporada de furacões na América Central e aumente as temperaturas em regiões produtoras de café na Colômbia.
O relatório destaca que a transição entre os dois padrões climáticos ENSO pode ser mais prolongada do que o inicialmente previsto, com potencial impacto no terceiro trimestre do ano. Em setembro, por exemplo, o La Niña poderá gerar estresse hídrico no Brasil, semelhante ao observado na safra 21/22, enquanto na América Central, há preocupações com a intensificação da temporada de furacões.
Embora as preocupações diminuam no Brasil em outubro, o relatório ressalta que a situação na América Central permanece sob vigilância. Enquanto isso, no Vietnã, as preocupações de curto prazo persistem devido à transição tardia entre os fenômenos climáticos.