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Pouca reação nas cotações de milho

Na soma dos dois anos o mercado esperava um volume entre 600.000 e 950.000, fato que não ocorreu


As cotações do milho em Chicago pouco reagiram até o anúncio do relatório de oferta e demanda do USDA, neste dia 12/09. O bushel do cereal havia passado de US$ 3,46 no final da semana anterior, para US$ 3,48 na véspera do relatório. Após o anúncio do mesmo, o fechamento do dia 12/09 foi levemente altista, atingindo a US$ 3,54/bushel.

O relatório em questão apontou o seguinte para a safra 2019/20:

1)    Redução de três milhões de toneladas na produção estadunidense, em relação a agosto, com a mesma ficando em 350,5 milhões de toneladas e, portanto, bem acima do que a iniciativa privada vem indicando (o mercado esperava 345,9 milhões de toneladas);
2)    Estoques finais estadunidenses, em 55,6 milhões de toneladas, praticamente sem modificações em relação a agosto (o mercado esperava estoques em 49,9 milhões de toneladas);
3)    Produção mundial de milho em 1,104 bilhão de toneladas, com leve recuo em relação a agosto;
4)    Estoques finais em 306,3 milhões de toneladas, contra 307,7 milhões em agosto (o mercado esperava estoques finais mundiais menores, em 301,8 milhões de toneladas);
5)    Preço médio ao produtor estadunidense em US$ 3,60/bushel, ou seja, no mesmo valor do ano anterior;
6)    Produção brasileira de milho em 101 milhões de toneladas e a da Argentina em 50 milhões de toneladas;
7)    Exportações brasileiras em 34 milhões de toneladas.

Dito isso, durante a semana o clima foi positivo para as regiões de milho nos EUA, onde a colheita está iniciando. Ao mesmo tempo, o litígio comercial entre EUA e China influencia pouco no mercado do cereal, embora as decisões mais positivas ocorridas no final da semana.

Surpreendeu o fato do USDA, durante a semana, ter reduzido em três pontos percentuais as condições das lavouras de milho entre boas a excelentes, estabelecendo 55% do total nesta situação, contra 31% regulares e 14% entre ruins a muito ruins. Na semana anterior, 58% estavam entre boas a excelentes.

Paralelamente, as vendas líquidas de milho por parte dos EUA, para o ano comercial 2018/19, iniciado em 1º de setembro, fecharam a semana do 29/08 em 165.900 toneladas. Já para o ano 2019/20 o volume somou 416.700 toneladas. Na soma dos dois anos o mercado esperava um volume entre 600.000 e 950.000, fato que não ocorreu. 

Na Argentina a tonelada FOB de milho subiu para US$ 143,00, enquanto no Paraguai a mesma se manteve em US$ 125,00.

Aqui no Brasil, os preços se mantiveram relativamente estáveis, com o balcão gaúcho fechando a semana na média de R$ 32,68/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 37,50 e R$ 38,50. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 23,00/saco em Sorriso e Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 38,00/saco no centro e oeste de Santa Catarina. Já na Mogiana paulista o valor foi de R$ 35,00, enquanto o CIF Campinas registrou R$ 37,00. Nos portos de Santos e Paranaguá a semana fechou com valores em R$ 37,00 e R$ 36,50/saco respectivamente.

No mercado nacional, a paridade de exportação continua sendo o elemento central. Neste contexto, a revalorização parcial do Real, durante a semana, tirou um pouco de competitividade do milho brasileiro na exportação. Mesmo assim, segundo a Secex, nos primeiros cinco dias úteis de setembro o Brasil exportou 2,05 milhões de toneladas, o que é um volume excelente. O preço médio da tonelada exportada ficou em US$ 187,00, o que equivale, ao câmbio do final da semana, a R$ 45,55/saco. Até o final da primeira semana de setembro o atual ano comercial indicava exportações de 25 milhões de toneladas, ou seja, um volume idêntico ao vendido em todo o ano comercial anterior. Neste ritmo, o Brasil deverá chegar mesmo a um recorde nas vendas externas neste ano, batendo entre 35 a 38 milhões de toneladas em 31/01/2020.

Esta performance deverá manter os preços do cereal nos atuais níveis, sendo que o comportamento da futura safra de verão definirá o rumo dos mesmos a partir da virada do ano.

Por sua vez, a comercialização da safrinha, até o final da primeira semana do mês, atingia a 57% do total no Centro-Sul do país, contra 56% no ano anterior neste período. O Mato Grosso já havia negociado 64%, o Paraná 49% e Goiás/DF 56%. (cf. Safras & Mercado) 

Enfim, até o dia 06/09 o plantio da nova safra de verão atingia a 10% da área esperada no Centro-Sul brasileiro, contra 8% no ano anterior. As primeiras estimativas dão conta de uma área em torno de 3,96 milhões de hectares, ou seja, uma redução de 2,46% sobre o ano anterior. No Rio Grande do Sul a área será praticamente a mesma da safra anterior, ou seja, ao redor de 1,11 milhão de hectares. O Estado gaúcho, até o dia 06/09 havia semeado 31% desta área. 
 

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