Praga afeta produção de sementes do algodão
O besouro adulto perfura os botões florais para se alimentar
O besouro adulto perfura os botões florais para se alimentar - Foto: Canva
O Bicudo-do-Algodoeiro (Anthonomus grandis) segue como o maior vilão da cotonicultura brasileira, alerta Kayren Mota, profissional de Marketing e Comunicação no Agronegócio. Segundo a especialista, a praga é capaz de comprometer até 100% da produtividade se não houver controle eficiente, afetando diretamente a formação de fibras e sementes, base da produção de algodão.
O besouro adulto perfura os botões florais para se alimentar e permitir que a fêmea deposite seus ovos. As larvas, protegidas dentro dos botões e maçãs, destroem as fibras e sementes, resultando em queda prematura de flores e capulhos com aspecto de “balão”. Além disso, a disseminação é acelerada, pois os adultos sobrevivem à entressafra em refúgios de vegetação e atacam as bordaduras das novas lavouras, espalhando rapidamente a infestação.
De acordo com Kayren Mota, o manejo eficaz exige um conjunto de medidas integradas. O Monitoramento Constante, com inspeção visual e armadilhas, é essencial para detectar precocemente a presença do inseto. Já o Vazio Sanitário, com 60 a 90 dias sem plantas de algodão no campo, aliado à destruição imediata dos restos culturais, é considerado o método mais eficiente para quebrar o ciclo do bicudo.
O controle químico, por sua vez, deve ser usado de forma estratégica e responsável, priorizando as bordaduras e rotacionando produtos para evitar resistência. A especialista reforça que o sucesso no combate ao bicudo depende da disciplina coletiva dos produtores e da aplicação rigorosa das práticas de Manejo Integrado de Pragas (MIP), garantindo a sustentabilidade e a rentabilidade da cotonicultura.