Pragas pressionam produtividade da cana-de-açúcar
Entre os principais estão o bicudo-da-cana e a cigarrinha
Entre os principais estão o bicudo-da-cana e a cigarrinha - Foto: Pixabay
A cana-de-açúcar é uma das bases da economia agrícola brasileira, com papel relevante na produção de açúcar, etanol e energia renovável. Para a safra 2025/2026, a produção nacional é estimada em 663,4 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento. Apesar desse desempenho, a cultura segue exposta a desafios fitossanitários que comprometem produtividade e rentabilidade, especialmente o ataque de insetos-praga.
Entre os principais estão o bicudo-da-cana e a cigarrinha, capazes de causar perdas expressivas. O bicudo ataca o sistema radicular e o rizoma, reduzindo o vigor das plantas e a brotação da soqueira, o que limita o número de cortes ao longo do ciclo. Seu controle é dificultado pelo ciclo longo e pela proteção oferecida pela palha, além da disseminação por mudas e máquinas. Dados da Embrapa indicam prejuízos de até 30 toneladas por hectare ao ano, o equivalente a quase 40% de uma produtividade média.
Nesse contexto, é possível afirmar que a cigarrinha também afeta o desempenho do canavial em diferentes fases. As ninfas comprometem as raízes, enquanto os adultos reduzem a fotossíntese ao sugar a seiva das folhas, provocando queda de vigor, redução de sacarose e favorecendo o surgimento de fungos. “O Sphenophorus é uma das pragas mais agressivas da cana. Suas larvas atacam o sistema radicular e o rizoma, interrompendo o fluxo de seiva e reduzindo o vigor da planta. Além disso, esse inseto dificulta a brotação da soqueira, diminuindo o número de cortes viáveis do cultivo”, segundo Leandro Valerim, gerente de inseticidas da UPL Brasil.