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Preço compensa quebra com a seca


A colheita da soja atinge 15% das lavouras no Paraná com preços até 60% acima da média histórica. Normalmente, os produtores recebem o equivalente a US$ 11 pelo saco de 60 quilos do produto nesta fase da safra. Como os preços da Bolsa de Chicago (referência mundial do mercado agrícola) permanecem elevados, os agricultores paranaenses conseguem até US$ 18,00 (R$ 52,00). Mesmo na região do estado mais atingida pela estiagem, a maioria dos produtores arrecada mais que em anos anteriores e escapa do prejuízo.

"Nossos produtores estão tendo perdas de 30% em média na colheita. Por enquanto, os preços estão compensando o prejuízo. Mas não temos garantia de que a situação vá continuar a mesma nas próximas semanas", afirma o gerente comercial da cooperativa agroindustrial C. Vale, Edivaldo Radigonda. A empresa, com sede em Palotina (Noroeste), tem 7.240 associados na região mais atingida pela seca. Alguns agricultores perderam até 80% da lavoura.

A previsão do presidente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslovski, sobre a oscilação dos preços é otimista. Ele acredita que os produtores esperam abate significativo das perdas. "As cooperativas terão, neste ano, faturamento 20% maior que o de 2003." Segundo números do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral), a colheita da soja terá quebra de 9,6% por causa da falta de chuvas.

Os produtores reclamam que poderiam estar recebendo de R$ 6,70 a R$ 10,00 a mais por saco de soja se o escoamento da safra não fosse problemático, principalmente pela falta de estrutura nos portos brasileiros.

A estiagem que atinge o Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Santa Catarina e Rio Grande do Sul ajuda a elevar o preço mundial da soja, afirma o operador de mercado Adriano dos Santos, da Safra Sul, de Ponta Grossa. O mercado opera com a previsão de que o país vai colher cerca de 55 milhões de toneladas de soja, considerando uma perda de cerca de 10%. O fator é agravante diante da queda dos estoques nos Estados Unidos e da seca no Meio-Oeste.

Por outro lado, o USDA, departamento de agricultura americano, divulgou ontem relatório que prevê colheita de 59,5 milhões de toneladas de soja no Brasil, 1,5 milhão a menos que a previsão do mês passado. Durante o dia, o documento não teve ressonância na bolsa de Chicago. O preço da soja estava em queda de 0,6%, depois de atingir o maior pico dos últimos 35 anos. No Brasil, os preços oscilam mesmo durante o dia. Em Ponta Grossa, eles têm variado de R$ 49,00 a R$ 55,00 no intervalo de uma semana.

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