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Preço do feijão tem queda de 40%

Porém cenário pode mudar



Mesmo com condições climáticas não favoráveis, valor caiu e surpreendeu comerciantes e consumidores; o quadro, contudo, pode mudar em breve

Além do alto valor nutritivo, o feijão, junto ao arroz, faz parte da dieta diária da população brasileira. Agora, uma boa notícia aos consumidores: o preço do alimento teve queda de 40%. Desde a segunda quinzena de junho, comprar feijão ficou mais barato em todo Estado de São Paulo. Porém, isso pode mudar, já que as condições climáticas não são favoráveis para a safra do alimento.


A informação é do diretor regional da Associação Paulista dos Supermercados (Apas) em Bauru, Émerson Svizzero. Segundo o comerciante, a baixa no preço do feijão surpreendeu, já que o produto teve alta de 6,44% nos cinco primeiros meses deste ano, junto com o arroz (4,85%).

“É muito para a época. Eu pagava um preço em maio e, na metade de junho, esse valor despencou. O tempo ainda permanece seco, ou seja, era para ter aumentado ou estabilizado o preço. Sem contar que o estoque do feijão é de um período curto e deve ser comercializado em menor tempo que o arroz, por exemplo”, explica Svizzero.

Em Bauru, o reflexo da queda no preço do feijão carioca, o mais comprado entre os consumidores, já pode ser notado nas prateleiras dos supermercados. Em um dos estabelecimentos, o produto chegou a ser comercializado até R$ 2,00 mais barato, o que representa uma economia de, em média, 40% nos bolsos.

Mas a surpresa agradável tem uma explicação. Para Svizzero, foi por conta da lei da oferta e procura. “Como tinha muita oferta no mercado, automaticamente, o preço reduz. A tendência, agora, nós não sabemos. Mas acredito que o produto se mantenha estável, apesar das condições climáticas apontarem o contrário”, aposta.


O presidente do Sindicato Rural de Bauru, Maurício Lima Verde, confirma a informação de Svizzero e acrescenta variação constante na produção do produto. “O feijão é o pior vilão de quem o comercializa. Um dia, ele vale uma coisa e, no outro, já está diferente. No entanto, o preço dos produtos primários só caem quando há excesso de oferta. E não é só o feijão. Se a gente notar, todos os produtos primários caíram”, explica.

Lima Verde observa uma safra boa de feijão, sem quebras e contratempos. “Correu tudo bem no plantio e colheita. E quando há excesso de oferta, o comerciante é obrigado a baixar o preço. Quem ganha é o consumidor”, frisa.

Vai subir?

A previsão climática aponta seca para os próximos meses. Saber se haverá aumento de preço é um desafio, tanto para os comerciantes quanto agricultores. “Nós estamos em um período de seca, ou seja, a safra do feijão se torna imprevisível. Só teremos chuvas boas a partir da segunda quinzena de setembro”, ressalta Maurício Lima Verde.

Segundo ele, o feijão é de círculo curto, que varia de 90 a 100 dias. “Às vezes, temos três safras por ano. Esse fato também explica as variações constantes no preço”, acrescenta.

O diretor regional da Apas, Émerson Svizzero, acredita que os preços devem permanecer estáveis, porém, não por muito tempo. “A tendência é que o arroz continue com o mesmo preço. Já o feijão deve passar por um pequeno período de estabilidade e, depois, vai reagir, pois está muito barato”, finaliza.

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