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Preço do leite recua pelo quinto mês seguido

Preço do leite cru captado em agosto fechou a R$ 2,5369/litro


Foto: Pixabay

Com oferta em alta e consumo estagnado, o preço do leite cru caiu 3,2% em agosto na “Média Brasil”, segundo dados do Cepea. É o quinto mês consecutivo de desvalorização no campo. O mercado de leite no Brasil segue pressionado pela combinação de maior oferta e demanda retraída. Segundo dados divulgados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, o preço do leite cru captado em agosto fechou a R$ 2,5369/litro na “Média Brasil”, com queda de 3,2% frente a julho e de 12,6% na comparação com agosto de 2024, em termos reais, deflacionados pelo IPCA.

Esse é o quinto mês consecutivo de baixa nos preços pagos ao produtor, reflexo direto do descompasso entre a produção crescente e o consumo interno. O ICAP-L (Índice de Captação de Leite) subiu 3,3% entre julho e agosto e acumula alta de 6,1% no ano. A maior captação está associada aos investimentos realizados no setor desde 2024, período em que as margens estavam mais favoráveis.

Apesar da retração nas receitas, os custos de produção seguem sob controle. O Cepea indica que o Custo Operacional Efetivo (COE) teve redução de 0,38% em agosto. Ainda assim, o poder de compra do produtor caiu: foram necessários 25,17 litros de leite para adquirir uma saca de 60 kg de milho, 3,8% a mais que em julho.

Importações e mercado interno impactam preços
A oferta elevada também é alimentada por volumes ainda expressivos de importações. Em agosto, o Brasil importou 165,11 milhões de litros em equivalente leite, recuo de 6,73% em relação ao mês anterior. No acumulado de janeiro a agosto de 2025, as importações somam quase 1,45 bilhão de litros, apesar da queda de 6,1% frente ao mesmo período de 2024.

No mercado interno, a oferta robusta não encontra contrapartida no consumo. O setor observa que a demanda por lácteos segue estável ou em queda, o que contribui para a continuidade da pressão sobre os preços. Em agosto, os derivados também registraram retração: as cotações da muçarela e do leite em pó recuaram, enquanto o leite UHT apresentou estabilidade no atacado paulista.

Com a aproximação do período de maior produção sazonal — primavera e verão —, o setor projeta que a tendência de queda nos preços do leite se mantenha até o final de 2025. A combinação de oferta crescente, custos relativamente estáveis e consumo enfraquecido deve seguir pressionando a rentabilidade do produtor e exigindo atenção redobrada na gestão da atividade.

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