Preço do pinto de corte: observações da APINCO
Propósito de análises de mercado divulgadas pela equipa do CEPEA/ESALQ no final da semana passada
A propósito de análises de mercado divulgadas pela equipa do CEPEA/ESALQ no final da semana passada, nas quais se observa, por exemplo, que a menor produção de pintos de corte em 2018 “pode estar associada ao crescimento das exportações brasileiras de ovos férteis”, o que, por sua vez, “tem resultado em alta nas cotações dos pintainhos (vide “Menor produção sustenta valor do pintainho em 2018”), a APINCO encaminhou àquela equipe de analistas os seguintes esclarecimentos:
“(1º)Ovo fértil x pinto: não há relação significativa entre o aumento de preço do pinto e a exportação de ovos férteis. Demonstrando com números: a redução de 3,5% no volume de pintos significou cerca de 145 milhões de cabeças a menos – perto de 177 milhões de ovos férteis considerada eclosão de 82%. Já os 32% de aumento na exportação de ovos férteis corresponderam a algo em torno de 33 milhões de unidades, menos de um quinto do que deixou de ser produzido.”
“(2º)Na atualidade, ao redor de 85% dos pintos de corte nascidos no Brasil são produzidos por integrações. Ou seja: a maior ou menor produção e alojamento de pintos é determinada pelo mercado final – o do frango. E como o consumidor interno e as exportações sofreram (sofrem) forte retração, o caminho natural dessas integrações é reduzir a produção de frangos, o que implica, primeiro, em reduzir a produção de pintos de corte.”
“(3º)Demonstrado, pois, que o pinto comercializado representa apenas 15% da produção nacional, falta esclarecer o porquê de sua valorização no corrente semestre: efeito, apenas, da retração do consumo (interno e externo) da carne de frango.
Explicando: a maior parte dos 15% de pintos comercializados no País é adquirida por integrações (que complementam sua produção própria com produto de terceiros e, em alguns poucos casos, a adquirem integralmente de terceiros). Assim, ao decidir reduzir sua produção de frangos, essas integrações iniciam o processo “cortando” – em primeiríssimo lugar - a compra de pintos de terceiros, comportamento que se traduz em aumento de custo dos pintos de um dia, dada a menor utilização do plantel de matrizes e a permanência dos custos fixos.”
A propósito das colocações da Apinco é oportuno acrescentar que – como demonstra a matéria de hoje sobre a exportação de ovos férteis nos primeiros nove meses de 2018 – o volume embarcado nos três primeiros meses do corrente semestre (período em que é relatado o aumento de preços do pinto de corte) foi o menor dos últimos três trimestres. Tal desempenho reforça a afirmação de que não há relação entre as exportações e o preço do produto.