Preço do trigo recua e clima afeta lavouras no Paraná
Produção nacional de trigo deve alcançar 7,67 milhões toneladas
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De acordo com a análise da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), referente ao período de 17 a 23 de outubro e divulgada na quinta-feira (23), os preços do trigo voltaram a cair no mercado brasileiro. As principais praças do Rio Grande do Sul registraram cotações em torno de R$ 60,00 por saca, enquanto no Paraná os valores variaram entre R$ 64,00 e R$ 66,00.
Segundo a Ceema, o clima tem provocado prejuízos nas lavouras paranaenses, onde 77% da área já havia sido colhida até o início da semana analisada. No Rio Grande do Sul, a colheita avançava de forma mais lenta, com cerca de 3% da área total concluída.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a produção total brasileira de trigo deve superar levemente as projeções da iniciativa privada, alcançando 7,67 milhões de toneladas. O órgão calcula que o Rio Grande do Sul responda por 3,7 milhões de toneladas, seguido pelo Paraná, com 2,5 milhões. Minas Gerais deve produzir 429,7 mil toneladas, Santa Catarina 392,3 mil e São Paulo 354,9 mil toneladas.
A Ceema destacou que as estimativas privadas divergem em parte das projeções oficiais. O setor calcula uma colheita de 3,3 milhões de toneladas no Rio Grande do Sul e 400 mil toneladas em São Paulo. Os estoques finais nacionais devem atingir 528,8 mil toneladas, segundo dados da consultoria StoneX.
A Conab ainda projeta um aumento de 21,8% na produtividade média nacional em comparação ao ano anterior, chegando a 3.142 quilos por hectare. A área total cultivada com trigo, no entanto, recuou 19,9%, totalizando 2,45 milhões de hectares.
O relatório também destacou a importância do trigo para a cadeia produtiva de panificação no Brasil. “O país é o maior mercado global de padarias independentes em número de estabelecimentos, com 70.235 unidades ativas e um faturamento anual de US$ 5,12 bilhões”, informou o Ceema. Em 2024, o setor respondeu por cerca de 2,4 bilhões de compras, equivalentes a 10% do total do serviço de alimentação nacional, representando 6,4% do PIB do segmento de bares e restaurantes e gerando milhões de empregos diretos e indiretos.
