Preços da soja continuam estáveis apesar da alta do câmbio
Safra de soja registra aumento de área semeada
De acordo a análise da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), no Brasil, os preços da soja se mantiveram estáveis, com algum viés de baixa, apesar de o câmbio ter subido para R$ 5,21 por dólar no final da presente semana e mês. A média gaúcha fechou a semana em R$ 123,09/saco, enquanto as principais praças locais praticaram valores entre R$ 118,00 e R$ 119,00/saco. Já no restante do país, os valores oscilaram entre R$ 113,00 e R$ 124,00/saco.
O fato é que, excetuando as vendas antecipadas (para quem o fez), os preços das últimas semanas foram os melhores de toda esta safra. Nos portos de Santos e Paranaguá, devido o de Rio Grande enfrentar dificuldades de embarque em função das enchentes de maio, os prêmios subiram, elevando o indicador Esalq/BM&F/Bovespa para R$ 140,20/saco FOB em Paranaguá e a R$ 140,18/saco FOB em Santos, de acordo Cepea.
Em paralelo, analista privado dá conta de que o Brasil teria alcançado o seu 17º ano consecutivo de aumento de área semeada com soja, em 2023/24, atingindo a 45,93 mlhões de hectares, ou seja, 2,8% acima do registrado no ano anterior. Mesmo assim, o aumento do plantio foi menos intenso do que nos anos anteriores, segundo a Datagro, talvez indicando uma estabilização no mesmo para 2024/25. Entretanto, mesmo com excelente padrão tecnológico, a safra vai encerrando com severas perdas de produção em relação ao esperado. A produtividade média nacional esperada teria sofrido uma perda de 10,8%, ficando em 53,6 sacos/hectare, contra o recorde de 60 sacos no ano anterior. Desta forma, a expectativa de produção final, nesta atual safra, fica em 147,6 milhões de toneladas, contra as 160,8 milhões colhidas em 2022/23. Ou seja, um recuo de 8,3%. Mesmo assim, será a segunda safra da história brasileira da soja, conforme a Datagro.
Somente o Paraná estima uma colheita 18% menor do que a do ano passado, ficando a mesma em 18,4 milhões de toneladas. O Rio Grande do Sul, que esperava 22,2 milhões neste ano, deverá ficar entre 18 a 19 milhões de toneladas, sem contar a perda de qualidade de parte do que foi colhido, devido ao excesso de chuvas e enchentes.