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Preços do café se recuperam e sobem 87% no Paraná

No mês passado, a saca do grão da variedade arábica fechou em R$ 381,77 no Estado


No mês passado, a saca do grão da variedade arábica fechou em R$ 381,77 no Estado

O cenário ainda está longe do ideal, mas os produtores de café de todo o País começaram a vislumbrar uma esperança neste início de colheita da safra 2014. Os preços da commodity estão bem melhores do que no ano passado, permanecendo bem acima dos custos de produção.


De acordo com um estudo da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) divulgado nesta terça-feira (13), houve uma recuperação nos preços pagos ao cafeicultor, após um período de queda nas cotações em razão da forte estiagem que se abateu sobre as regiões produtoras nos últimos meses de 2013 e no primeiro trimestre de 2014, sem falar da estiagem de julho do ano passado. O melhor desempenho dos preços de comercialização aconteceu com o café arábica, com reajuste de 81,29% no valor da saca de 60 Kg, vendida a R$ 396,02 em abril.

No Paraná, a situação dos preços também é atrativa. No mês passado, a saca do café arábica beneficiado fechou em R$ 381,77, alta de 87% frente aos R$ 203,07 da comercialização em novembro do ano passado. A estimativa da área cultivada com café no Estado é de 58 mil hectares, uma redução de quase 30% dos 81,9 mil hectares existentes no fechamento da safra 2013.

A área em produção está estimada em 34,3 mil hectares, queda de 67% frente aos 65,1 mil hectares do período passado. A produção – mesmo este ano considerada de ciclo alto – reduziu 67% e deve fechar em 32,5 mil toneladas. A colheita até agora no Estado é de 9% e a comercialização é de 3%. Os números estaduais também foram divulgados ontem em um boletim desenvolvido pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria Estadual de Agricultura (Seab).


De acordo com o economista do Deral responsável pelo boletim, Paulo Sérgio Franzini, já era esperada uma recuperação do mercado nacional e internacional. A safra mundial deve passar agora por um equilíbrio entre a produção e o consumo. "Em 2013, a colheita foi de ciclo baixo, mas com boa produção e os preços despencaram. Agora, com esse equilíbrio, felizmente voltaram a subir, depois de acumular duas safras de valores ruins. Outro fator é que o Vietnã, um grande produtor da commodity, renovará seu parque cafeeiro, o que deve diminuir um pouco mais a oferta de café neste momento", explica Franzini.

Os valores estavam tão ruins, que em dezembro do ano passado apenas 60% da safra 2013 havia sido comercializada, quando o percentual está geralmente na casa dos 80%. "Agora, com o preço perto dos R$ 400, a comercialização do café da safra passada ultrapassou os 90%. O que o cafeicultor precisa é que os valores oscilem menos para ter maior segurança com a cultura", complementa o economista.



Victor Lopes

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