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Preços do trigo pressionados

As cotações do trigo em Chicago também recuaram nesta semana


As cotações do trigo em Chicago também recuaram nesta semana, sendo que o fechamento do dia 25/04 (quinta-feira), para o primeiro mês cotado, ficou em US$ 4,34/bushel, contra US$ 4,44 uma semana antes.

O fraco desempenho das exportações de trigo estadunidenses e as boas condições das lavouras da nova safra dos EUA pressionam os preços para baixo. Quanto às exportações líquidas, para o ano comercial 2018/19, iniciado em 1º de junho, as mesmas ficaram em apenas 317.700 toneladas na semana encerrada em 11/04, ou seja, 28% abaixo da média das quatro semanas anteriores. Para o ano 2019/20, as vendas externas chegaram a 227.800 toneladas. O mercado esperava vendas entre 400.000 e 700.000 toneladas no somatório dos dois anos. Mesmo tendo chegado a isso, as vendas semanais, em números absolutos, continuam muito baixas.

Quanto à qualidade das lavouras do trigo de inverno, as mesmas registravam, no dia 21/04, 62% entre boas a excelentes; 30% regulares e 8% entre ruins a muito ruins. Por sua vez, o plantio do trigo de primavera segue muito atrasado, tendo alcançado apenas 5% até a data indicada, contra 22% na média histórica para esta época. Mesmo assim, o mercado ainda não está considerando este fato. 

Em parte, isso leva à confirmação de uma grande oferta mundial, com safra cheia no Hemisfério Norte neste ano. Neste ponto, vale destacar que o clima tem sido positivo para as lavouras de trigo de inverno dos EUA, pelo menos até o momento. Além disso, o Canadá deverá semear uma área maior de trigo neste ano.

Enfim, o fortalecimento do dólar durante a semana, junto as principais moedas do mundo, acabou tirando competitividade dos produtos estadunidenses, ajudando a puxar para baixo o preço do trigo em Chicago.

Já no Mercosul, a tonelada FOB para exportação se manteve entre US$ 215,00 e US$ 220,00 na compra, enquanto a safra nova argentina permaneceu cotada em US$ 180,00, igualmente na compra.

E no Brasil, os preços do trigo estiveram estáveis, com o balcão gaúcho fechando a semana em R$ 41,59/saco, enquanto os lotes ficaram em R$ 48,00/saco. No Paraná, o balcão girou entre R$ 45,00 e R$ 48,00/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 54,00 e R$ 54,60/saco. Já em Santa Catarina, o balcão se manteve entre R$ 42,00 e R$ 45,00/saco, enquanto os lotes, na região de Campos Novos, ficaram em R$ 51,00/saco.

O mercado interno de trigo continuou trabalhando com baixa oferta do cereal, fato que retira a liquidez do mesmo, havendo apenas lotes muito pequenos sendo negociados. Os moinhos continuam, de forma geral, abastecidos até meados do ano, na expectativa de que a nova safra seja realmente maior neste ano.

De fato, projeções iniciais dão conta de que o Brasil poderá colher 6,64 milhões de toneladas nesta nova safra, contra 5,24 milhões na safra passada. Deste total esperado, 3,5 milhões de toneladas virá do Paraná e 2,3 milhões do Rio Grande do Sul. A área total no Brasil deverá aumentar em 12%, embora ainda haja bastante dúvida sobre isso.

Neste último caso, vale destacar que o alto custo de produção, com preços insuficientes quando da venda do produto, tendem a reverter a intenção de um aumento de área plantada. Já se especula que tal área final possa ficar muito semelhante a do ano anterior, porém, com uma produção maior caso o clima colabore até o final da colheita.

Neste contexto, a tendência de preços é de estagnação nos atuais níveis, com viés de baixa na medida em que se aproximar a colheita e não houver problemas climáticos com a mesma.

Dito isso, o câmbio continuará sendo um elemento importante na formação do preço interno na medida em que, como ocorreu nesta semana, uma desvalorização do Real torna mais cara a importação, ajudando a elevar o preço do produto interno, hoje muito escasso.

Enfim, em termos de plantio, o Paraná registrava 1% da área projetada já semeada até o final da semana passada, com as condições climáticas positivas.
 

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