Preços do trigo recuam com avanço da safra no Brasil
Importações e safra pressionam preços do trigo

Segundo a análise da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema) referente à semana de 19 a 25 de setembro, publicada nesta quinta-feira (25), os preços do trigo no Brasil recuam com o avanço da colheita da nova safra. No Rio Grande do Sul, o produto de qualidade superior fechou a semana na média de R$ 67,50 por saco, enquanto as principais praças locais registraram R$ 66,00. No Paraná, os valores variaram entre R$ 67,00 e R$ 69,00 por saco.
Segundo o levantamento, “até o dia 13/09, a colheita nacional atingia 13,8% da área total, sendo que em Goiás chegava a 95%, em Minas Gerais 94%, no Mato Grosso do Sul 82%, em São Paulo 20% e no Paraná 12%”. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, a colheita ainda não havia iniciado.
A Ceema destacou que o volume de importações também pressiona os preços internos. “De janeiro a agosto, o Brasil importou 3,66 milhões de toneladas de trigo da Argentina, de um total de 4,68 milhões de toneladas de todas as origens. O volume importado do país vizinho cresceu 24% em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo o maior patamar anual até agosto desde 2021.”
Segundo a análise, a redução temporária do imposto de exportação argentino sobre o trigo, que era de 9,5%, aumentou a competitividade do produto no mercado brasileiro. “Mesmo com a retomada do imposto, o mercado tritícola se fragilizou”, afirmou a Ceema. No Paraná, os preços recuaram mais de 9% no acumulado do mês, para R$ 1.275,00 por tonelada, segundo dados do Cepea.
A análise indica que “o Paraná já havia colhido 41% de sua área de trigo até o início da presente semana, enquanto no Rio Grande do Sul o processo ainda não iniciou, sendo que 22% das lavouras estavam na fase de enchimento de grãos no dia 18/09, contra 39% na média”. Em São Paulo, espera-se uma colheita final de cerca de 350 mil toneladas, com produtividade média de 4.000 quilos por hectare neste ano.