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Preços mundiais do arroz permanecem firmes

Em maio, os preços mundiais do arroz subiram novamente em uma média de 3,6%


Foto: Divulgação

Em maio, os preços mundiais do arroz subiram novamente em uma média de 3,6%. Os compradores asiáticos estão voltando ao mercado, especialmente a Indonésia, que esteve praticamente ausente do mercado de importação nos últimos quatro anos. Os maiores aumentos foram registrados no Paquistão e na Índia. Na Índia, os preços atingirem os níveis mais altos da última década, mas continuam competitivos em relação aos seus principais concorrentes asiáticos. O provável retorno do fenômeno climático El Niño, com a expectativa de um episódio particularmente severo em 2023, aumenta a apreensão sobre a produção de arroz, o que deve pressionar ainda mais os preços mundiais nos próximos meses e durante o primeiro semestre de 2024.

Enquanto isso, a oferta exportável continua satisfatória, com exceção do Paquistão, devido à queda de 30% na produção em 2022. Além disso, espera-se que os três maiores exportadores do mundo (Índia, Tailândia e Vietnã), que respondem por 70% da oferta global, aumentem suas exportações novamente em 2023. Em maio, o índice OSIRIZ/InfoArroz (IPO) subiu 8,3 pontos, para 238,2 pontos (base 100=janeiro de 2000), contra 229,9 pontos em abril. No início de junho, o índice IPO marcava uma leve tendência de queda para 236 pontos.

Produção mundial

De acordo com as últimas estimativas da FAO, a produção mundial de arroz em 2022 caiu 1,7%, para 778,4 Mt (516,9 Mt base beneficiado), contra 792,1 Mt em 2021. A produção diminuiu por causa das más condições climáticas no sul da Ásia, especialmente no Paquistão, onde as safras caíram 30%. Na China, a produção caiu 1,3%, assim como no Vietnã. Em contraste, a produção da Índia e da Tailândia aumentou. Nos Estados Unidos, a produção caiu mais 16% após um novo declínio nas áreas arrozeiras. No Mercosul, a produção caiu 11%, voltando para o nível de 2019. Na África Subsaariana, a produção de arroz foi novamente perturbada pela falta de insumos e pelas inundações.

No entanto, a produção africana em 2023 pode melhorar, especialmente na África Ocidental. Em 2023, as estimativas atuais da produção mundial apontam, por em quanto, uma melhora de 1,3%, graças, em parte, à recuperação da produção paquistanesa e chinesa. Nos Estados Unidos, a produção poderia se recuperar atingindo o seu nível de 2021.

Comércio e estoques mundiais

Em 2022, o comércio mundial de arroz teria aumentado 7,6%, atingindo um recorde de 56 Mt, equivalente a 11% da produção mundial. Essa estimativa foi divulgada após a flexibilização das restrições de exportação da Índia. No entanto, os efeitos da queda na produção mundial em 2022 devem ser sentidos no comércio mundial em 2023, que pode cair 4,3%, para 53,6 Mt. Na Ásia, as necessidades de importação permaneceram estáveis, enquanto na África Subsaariana, as importações teriam aumentado 6% em 2022, principalmente devido ao recrudescimento das importações da Nigéria e da Costa do Marfim. Também se espera que as importações aumentem nas Américas e na União Europeia. Do lado dos exportadores, as vendas indianas atingiram um novo recorde de 22,5 Mt, já 5% a mais que o recorde do ano anterior.

A Índia consolida sua liderança com 40% das exportações mundiais. Enquanto isso, a Tailândia recuperou seu segundo lugar no ranking mundial, à frente do Vietnã, graças a uma forte atividade de exportação no final de 2022. Os estoques mundiais de arroz terminando no final de 2022, teriam aumentado 1% para 197 Mt contra 195 Mt. Isto representa 38% das necessidades de consumo mundial e as reservas permanecem acima da média dos últimos cinco anos. A redução de 2% nos estoques chineses foi parcialmente compensada pelo aumento das reservas indianas de 16% em 2022. Entretanto, as reservas chinesas permanecem abundantes, equivalentes a 70% do consumo interno e 50% dos estoques mundiais. Nos principais países exportadores, os estoques aumentaram 17% em 2022 para 58 Mt, já 30% dos estoques mundiais.

Em 2023, espera-se que os estoques mundiais diminuam 1,1%, para 194,8 Mt, devido a uma possível queda na produção mundial em 2022/2023. Na Índia, os preços do arroz subiram em média 3% no último mês. No entanto, continuam sendo os mais competitivos do mercado. As colheitas Rabi estão avançando menos que o previsto, e a demanda de importação continua forte. De acordo com as últimas informações, as exportações nos primeiros cinco meses do ano totalizaram 9,3 Mt, equivalentes a 2022 no mesmo período. Atualmente, os três principais compradores de arroz indiano nãobasmati são Benin, Senegal e Togo.

Em maio, o arroz indiano 5% marcou $ 458/t Fob, contra $ 439 em abril. O arroz 25% subiu para $ 434, contra $ 425. No início de junho, os preços indianos permaneciam estáveis. Na Tailândia, os preços subiram 2,5%, estimulados pela forte demanda asiática. Os exportadores tailandeses procuram se abastecer no mercado interno para cumprir contratos com seus clientes asiáticos e da África Ocidental e Austral. Nos primeiros cinco meses do ano, as exportações tailandesas teriam totalizado 3,3 Mt, marcando um aumento de 20% em relação a 2022. Em 2023, as vendas externas poderiam atingir 8,5 Mt. O preço do arroz Tai 100%B subiu para $ 508, contra $ 496 em abril. O arroz parboilizado também subiu para $ 504, contra $ 491. O arroz quebrado A1 Super marcou $ 432, contra $ 426. No início de junho, os preços permaneciam firmes.

No Vietnã, os preços de exportação aumentaram novamente 5%, estimulados pela forte demanda da China e das Filipinas, seus principais mercados, bem como da Indonésia. É o nível de preço mais alto desde março de 2021. As exportações continuam progredindo, atingindo 3,9 Mt nos primeiros cinco meses do ano, já 40% a mais em relação a 2022. No entanto, para 2030, o Vietnã planeja reduzir suas exportações em 40% para se concentrar nas exportações de arroz de alta qualidade. O Viet 5% foi negociado a $ 494, contra $ 473. O Viet 25% marcou $ 477, contra $ 454. No início de junho, os preços permaneciam firmes.

No Paquistão, os preços do arroz subiram novamente 8%. Nos últimos três meses, os preços paquistaneses aumentaram quase 20%. As disponibilidades exportáveis são baixas após o corte de 30% na produção de 2022. Atualmente, as exportações apontam um atraso de 10% e podem cair para 3,5 Mt contra 4,5 Mt em 2022. Em maio, o Pak 25% marcou $ 502, contra $ 464 em abril. No início de junho, os preços tendiam a descer devido à desvalorização da rúpia em relação ao dólar.

Na China, a seca afetou as principais províncias produtoras de arroz, causando a uma redução de 1,3% na produção doméstica em 2022. Até o final de 2022, a China foi também afetada por inundações. Portanto, esperase que o país recorra parcialmente às reservas para atender às necessidades de consumo, mas também que continue suas compras nos mercados externos. Em maio, a demanda de importação chinesa foi significativamente ativa. Em 2023, as importações chinesas poderiam atingir um recorde de 6 Mt em 2023.

Nos Estados Unidos, os preços do arroz marcaram uma pequena contração, mas permaneciam firmes no início de junho. Em maio, as exportações teriam atingido 175.000 t, contra 202.000 t em abril, mas com um avanço de 4% em relação ao ano passado na mesma época. O Haiti é atualmente o principal mercado para o arroz dos EUA, com 20% das vendas externas, seguido pelo México, que agora responde por apenas 15% das exportações de arroz, contra 25% em 2021. O preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 caiu para $ 729/t, contra $ 734 em abril. Na bolsa de Chicago, os preços futuros do arroz caíram significativamente de 7,5%, para $ 338/t, contra $ 365 em abril. No início de junho, os preços futuros continuavam fracos para $ 333.

No Mercosul, os preços de exportação subiram 1,5% em um mês. As colheitas estão quase terminando e seriam menores da safra passada devido à falta de água, especialmente no Brasil e na Argentina. No Uruguai, espera-se que a produção seja equivalente ao ano passado. Em 2023, as exportações brasileiras poderiam ser 10% menores do que no ano anterior. O preço indicativo do arroz em casca no Brasil caiu 2,4%, para $ 342/t, contra $ 350 em abril. No início de junho, o preço ainda estava caindo, em sintonia com o preço futuro do arroz casca nos EUA.

Na África Subsaariana, os preços permanecem altos devido à forte demanda local e à menor oferta local por causa do período de escassez, principalmente na África Ocidental. Os estoques de arroz importado continuam altos graças às políticas governamentais para estabilizar os preços domésticos. Em 2023, a produção de arroz na África Subsaariana está prevista em 20,7 Mt (base beneficiado), enquanto as importações atingiriam 17,7 Mt, 4,4% a menos, representando 42% das necessidades de consumo.

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