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Prejuízos aumentam importância do crédito oficial para a produção

Depois da quebra de 6 mi de t de grãos pela falta de chuva registrada na última safra. São 3,5 milhões de toneladas de milho e 2,5 milhões de toneladas de soja a menos


O crédito oficial ganhou importância entre os agricultores do Paraná neste ano, depois da quebra de 6 milhões de toneladas de grãos pela falta de chuva registrada na última safra. São 3,5 milhões de toneladas de milho e 2,5 milhões de toneladas de soja a menos, que aos preços hoje renderiam R$ 2,9 bilhões. Segundo as organizações que representam os pequenos, médios e grandes produtores, o estado espera receber R$ 9 bilhões para a agropecuária comercial e R$ 1,5 bilhão para a familiar, cerca de 10% dos recursos que devem ser ofertados para todo o país. Essa expectativa é 12,5% e 27% maior que a do ano passado.

“O valor disponível para a agricultura comercial (R$ 93 bilhões) não resolve toda a dificuldade de crédito, mas é razoável. Temos que reconhecer o resultado do esforço do ministro da Agricultura (Reinhold Stephanes)”, afirma o presidente da Organização das Cooperativas do Paraná, João Paulo Koslovski.

O executivo afirma que, além da seca, que deixou o produtor com menos dinheiro no bolso, a agropecuária enfrenta dificuldades para obtenção de financiamentos junto a empresas privadas, a juros de mercado. “A seletividade é maior.” A próxima safra terá menos recursos próprios e do crédito privado e maior participação do crédito oficial, avalia. A proporção de cada fonte deve ser definida pelo custo de produção. O produtor só deverá buscar recursos a juros de mercado se não conseguir pagar as contas com suas economias e com o dinheiro do Plano Agrícola e Pecuário, considera.

A agricultura familiar do estado deve receber cerca de R$ 300 milhões a mais que no ciclo passado. “R$ 1,5 bilhão é um valor considerável. Não chega ao ponto em que a gente queria, mas vai dar uma boa alavanca na produção das pequenas propriedades”, afirma o diretor de Políticas Agrícolas da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Paraná (Fetaep), Mário Plefk.

Ele afirma que metade dos 320 mil agricultores familiares do estado ainda não têm acesso ao crédito oficial. Mesmo entre os que já conseguiram algum tipo de financiamento, as restrições estariam aumentando, afirma. “Estamos discutindo a atuação dos bancos, para que as regiões com inadimplência, que mais precisam de ajuda, não fiquem sem recursos.”

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