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Prejuízos com paralisação em Paranaguá podem superar US$ 500 milhões


A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) começou a computar os prejuízos com a paralisação do Porto de Paranaguá que durou cinco dias. Num cálculo preliminar, o presidente da entidade, Sergio Mendes, disse que as perdas superam US$ 500 milhões.

Segundo ele, os exportadores perderam um contrato que previa o embarque de 1 milhão de toneladas de soja, no valor de US$ 370 milhões, que deveria ser feito para a China, a partir do Porto de Paranaguá. ""Essa perda é irreversível porque os chineses foram buscar esse volume na Argentina"", disse.

Outra perda que está sendo relacionada pelos exportadores refere-se ao pagamento da ""demourage"", estadia paga aos navios que estão à espera para embarcar. Ele calcula que essas perdas superam US$ 900 mil, considerando que cada navio corresponde ao pagamento de US$ 45 mil/dia.

De acordo com Mendes, outras perdas devem ser computadas como o deslocamento de caminhões e fretes ferroviários para outros portos brasileiros. ""Ocorre que a maioria dos exportadores não conseguiu fazer essa transferência em função da superlotação na movimentação de carga em todos os portos brasileiros"", afirmou.

As cooperativas paranaenses também estão levantando seus prejuízos.

A Cooperativa Agroindustrial, de Rolândia, deixou de movimentar 18 mil toneladas de grãos nos últimos dias. O presidente da cooperativa, Eliseu de Paula, disse que a cooperativa não perdeu contratos. Mas lembrou que em decorrência do risco Paranaguá o custo do frete marítimo para a China subiu de US$ 30 para US$ 70 a tonelada.""Esse custo vai recair sobre o produtor"", avisou.

A Cooperativa Integrada de Londrina deixou de embarcar 30 mil toneladas de soja durante a greve do porto. Nesse período o custo da cooperativa aumentou com a necessidade de remanejamento dos estoques para armazéns distantes porque não havia mais lugar disponível para guardar a produção que está chegando das lavouras, disse o gerente comercial da cooperativa, Luiz Yamashita.

Yamashita lamentou ainda que cooperativas e produtores continuam com as perdas decorrentes do prêmio negativo do porto de Paranaguá, que é de US$ 1,35 por bushel a menos que a cotação de Chicago (EUA).

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