O vento gelado e o clima de otimismo com a previsão de aumento da demanda por leite no país contrastaram com o questão da reforma agrária no Estado, na abertura oficial da Expoleite. O presidente da Farsul, Carlos Sperotto saudou o ministro de Desenvolvimento Agrário Miguel Rossetto e fez dois pedidos: que o governo federal não abandone a atual política de juros e prazos de financiamento para que o setor mantenha o crescimento da produção. O setor também quer apoio para que o grupo interministerial encarregado do projeto dos transgênicos tenha uma compreensão tecnológica e não ideológica do assunto. 'Ficaremos somente nestas duas questões, ministro. Do terceiro assunto, tratamos depois', disse Sperotto, referindo-se à desapropriação de 13 mil hectares de Alfredo Southal, em São Gabriel.
O ministro Rossetto preferiu o silêncio. Antes, ao visitar pequenos produtores e ganhadores da feira, Rossetto disse que os pecuaristas conhecem a lei e as regras e que o governo busca uma reforma agrária com paz, produção e justiça social. Por enquanto, não estão previstas novas desapropriações como a de São Gabriel, onde a meta é criar um assentamento modelo. Rossetto animou o setor ao reafimar como objetivo o incremento de 30% o consumo de leite no Brasil e garantiu que o Plano de Safra será o maior investimento à agropecuária no país. 'Trabalhamos para sustentar o aumento da produção e geração de excedentes com garantia de renda ao produtor'.
O secretário da Agricultura do Estado, Caio Rocha, projeta que se o RS elevar a produtividade média em 1 litro de leite diário por vaca com o atual plantel será possível, até 2005, incrementar a produção em 40%.