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Produção de algodão terá leve alta em Minas

Colheita já foi iniciada e as expectativas dos produtores são positivas em relação ao mercado



A colheita do algodão já foi iniciada em Minas Gerais e as expectativas dos produtores são positivas em relação ao mercado. A produção da safra 2013/14 deve crescer 1,8%, alcançando 68,7 mil toneladas do produto em caroço. A demanda pela pluma no Estado é duas vezes maior que a produção local, o que deve favorecer o aumento do plantio ao longo dos próximos anos.

Um dos principais fatores que travam a expansão de área plantada de algodoão no Esado é a concorrência com produtos como soja e milho, que possuem preços atrativos e maior liquidez no mercado.

De acordo com o engenheiro agrônomo e coordenador técnico estadual da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Reinaldo Nunes de Oliveira, os preços pagos pela arroba de pluma e de caroço de algodão estão favoráveis, já que está sendo negociada, em média, a R$ 70, valor que cobre os custos e gera rentabilidade. O caroço, utilizado na alimentação de animais, é comercializado em torno de R$ 28 por arroba.

"Acreditamos que ao longo dos próximos anos a tendência é que ocorra expansão da atividade, não só nas tradicionais regiões produtoras do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, mas também no Norte do Estado, que já foi grande produtor. Além disso, a comercialização do caroço é mais uma opção de fonte de renda", avalia.

A previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é que a produção mineira de algodão em caroço fique em torno de 68,7 mil toneladas, alta de 1,8%. A produtividade deve ficar 1,3% superior à registrada no ano safra anterior, alcançando 3,4 toneladas por hectare. O rendimento é considerado alto, apesar da seca registrada nas principais regiões produtoras ao longo do primeiro trimestre, e é atribuído aos constantes investimentos em tecnologia e na adoção de boas práticas de produção, fatores considerados fundamentais para a obtenção de resultados.

Produtividade - Na safra atual, a produtividade deve girar em torno de 1,3 tonelada por hectare, o que se, alcançado, será 1,9% superior a registrada na safra anterior. A expectativa é que a produção de caroço de algodão fique em torno de 41,9 mil toneladas, aumento de 1,7%.

O principal município produtor de algodão em Minas Gerais é Unaí, no Noroeste, com safra estimada de 13,9 mil toneladas. Em segundo lugar, também no Noroeste, está Presidente Olegário, com a previsão de 10,5 mil toneladas. Na terceira posição, Coromandel, no Alto Paranaíba, que deverá colher 10,1 mil toneladas. Os três municípios respondem por 50% da safra mineira de algodão.

Segundo Oliveira, para auxiliar na expansão de novas áreas, há quatro anos foi lançado o Programa de Recuperação da Cotonicultura do Norte de Minas Gerais. Porém, devido à seca inesperada nos últimos três anos, o desenvolvimento da cultura foi prejudicado.

A ideia para atrair novos produtores do Norte de Minas é apresentar as inovações voltadas para a cultura, como as sementes adaptadas, formas de retenção de água para irrigar as lavouras e as possibilidades de comercialização da pluma e do caroço - para alimentação dos animais -, que rendem mais que o fornecimento do produto para usinas.

"Nos anos de 1980, o Norte de Minas era um importante produtor de algodão, chegamos a registrar área plantada de 180 mil hectares, hoje não ultrapassa os 3 mil hectares. O produtor enfrentou problemas severos naquela época como a infestação das lavouras pelo bicudo-do-algodoeiro, que provocou a queda nos preços e desestimulou a produção. Nosso objetivo é resgatar a cultura, que para a região é muito importante, já que o algodão é mais resistente à estiagem e consegue se recuperar mais rápido que outras culturas", enfatiza Oliveira.

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