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Produção de matrizes será abordada durante o 12º Simpósio de Avicultura

Simpósio Técnico de Incubação, Matrizes de Corte e Nutrição focará os temas de maior relevância na atualidade para a vasta cadeia da avicultura industrial


Programada para o período de 25 a 27 de setembro, em Florianópolis, a 12ª edição do Simpósio Técnico de Incubação, Matrizes de Corte e Nutrição, promovido pela Associação Catarinense de Avicultura (ACAV), focará os temas de maior relevância na atualidade para a vasta cadeia da avicultura industrial. A produção de matrizes sem o uso de antibióticos será um dos assuntos aprofundados durante o evento que ocorre nas dependências do Oceania Park Hotel & Convention Center, na Praia dos Ingleses.  

O gerente técnico da Farmabase, empresa parceira na realização do evento, Giovani Stingelin, explica que, atualmente, são poucas empresas que não utilizam antibióticos na produção de matrizes, visto que o ciclo de criação dessas aves é bastante longo (aproximadamente 68 semanas). Dessa forma é necessária a utilização de antibióticos para garantia da saúde das aves durante todo o ciclo produtivo, evitando a ocorrência de doenças e assim promovendo o bem-estar animal.

Na atual cadeia de produção, o maior alvo de questionamento são os antibióticos melhoradores de desempenho, utilizados via ração com o objetivo de promover a saúde intestinal e, consequentemente, o melhor desempenho das aves para a produção de um alimento saudável. “Levantou-se a possibilidade de que o uso em baixas doses dessas moléculas possa criar bactérias super-resistentes capazes de causar doenças em humanos. Nada disso foi cientificamente comprovado e toda discussão de proibição se baseia somente no princípio da precaução e não na ciência aplicada”, esclarece o gerente técnico. 

Algumas empresas têm avaliado o uso de ácidos orgânicos, óleos essenciais, probióticos, prebióticos e enzimas para substituição aos antibióticos melhoradores de desempenho. “Porém, na maior parte dos estudos de campo, os resultados não são tão eficientes e infelizmente, essa classe de eubióticos ocupa um pequeno nicho de mercado, o que onera essas ferramentas e as torna economicamente inviáveis”, sinaliza Stingelin.

Com relação aos benefícios da ausência do uso de antibióticos, o gerente técnico explica que se referem exclusivamente à possibilidade de exportar produtos para países que atualmente exigem a produção sem o uso de melhoradores de desempenho ou antibióticos e consequentemente agregar valor ao produto. “São pequenos nichos de mercado que percentualmente representam pouco dentro da escala industrial. Produzir sem uso de antimicrobianos onera o produto final, são poucos os países no mundo e raros os clientes que podem pagar por isso”, salienta.

A produção industrial cria animais em alta densidade e a retirada dos antimicrobianos desenvolve um ambiente favorável para aumento da concentração de patógenos nas granjas, aumentando potencialmente o risco do aparecimento de surtos de diferentes doenças que impactam diretamente na produtividade e na qualidade do produto final oferecido ao consumidor.

“O uso de antimicrobianos reduz a pressão de infecção das granjas e sua retirada aumenta os desafios sanitários, prejudica a saúde e a integridade intestinal das aves, piora os resultados zootécnicos, aumentado o custo de produção e diminuindo a lucratividade do setor”, ressalta.

Uma redução significativa do uso de antimicrobianos exige medidas a fim de atingir alto nível de biosseguridade interna e externa, que se invista em ambiência e bem-estar dos animais, em treinamento de excelência das pessoas que manejam a granja, que se use insumos e rações de alta qualidade com monitoramento ativo dos níveis de micotoxinas das rações, que se monitore a qualidade da água ofertada e que se implante um programa vacinal robusto e adequado, orienta Giovani Stingelin.

Produzir sem fazer os tratamentos às aves ou lotes que adoecem é negligenciar a saúde e o bem-estar dos animais. Deixar de tratar animais enfermos é irresponsabilidade técnica, é falta de comprometimento com o meio ambiente e a humanidade, afinal, esses animais consumiram recursos hídricos, ambientais e insumos agropecuários e não devem morrer pelo modismo exagerado que não quer que nós técnicos e médicos veterinários, exerçamos nossa profissão e façamos o que é necessário.

“A produção agropecuária trabalha com baixíssimas margens de lucratividade. Privar o setor de usar antibióticos significa aumentar a mortalidade de animais no campo, diminuir a produtividade e, para muitos produtores, inviabilizar a atividade. O desafio é encontrar o equilíbrio entre o uso prudente e o controle das enfermidades”.

Stingelin considera que, em resumo, o setor acredita na produção tecnificada de alta escala para atender a demanda mundial por proteína animal, os antibióticos são fundamentais para o bem-estar animal e a produção de alimentos saudáveis.

Segundo ele, de qualquer forma, é sim necessário um controle no uso adequado de antimicrobianos evitando o uso indiscriminado. Toda tomada de decisão que impacte na cadeia produtiva de alimentos deve ser fundamentada em teor técnico-científico. “A ciência que nos trouxe até aqui, não pode ser esquecida ou ignorada por pressões de nichos populares com pouco ou nenhum conhecimento de sustentabilidade agropecuária”, complementa.

Alto nível técnico

A 12ª edição do Simpósio focará nas inovações que surgiram no Brasil e no mundo. O simpósio trará palestrantes renomados e grandes empresas do mercado com conhecimento técnico, além de produtos de alta tecnologia. As inscrições do primeiro lote encerram no dia 31 de julho (terça-feira).

Os interessados podem se inscrever no site http://www.sindicarne.org.br/simposio2018/ e as empresas associadas terão descontos. No primeiro lote o valor é de R$ 365,00 (até 31 de julho), R$ 400,00 (de 1º a 31 de agosto) e R$ 435,00 (de 1º de setembro até a data do evento). Os não-sócios terão inscrições nos seguintes valores: até 31 de julho a R$ 425,00, de 1º a 31 de agosto R$ 465,00 e de 1º de setembro até o dia do evento será de R$ 510,00. Para estudantes o valor será de R$ 245,00 (até 31 de julho), R$ 265,00 (de 1º a 31 de agosto) e R$ 295,00 (de 1º de setembro até o evento).

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