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Produção de soja será ainda maior

Veja como está o cenário em cada região do país


Foto: Eliza Maliszewski

A safra de soja 20/21 já tinha um recorde projetado de 133 milhões de toneladas no levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento. Pois o volume esperado é ainda maior. No 2º levantamento o volume apontado é de 134, 9 milhões de toneladas, alta de 1% e de 8,1% em relação ao ciclo passado. A área plantada também cresceu em relação ao levantamento anterior, de 37,8 milhões de hectares para 38,2 milhões de hectares, avanço também de 1% em relação a projeção anterior e de 3,5% em relação à safra passada. A produtividade média é de 3,5 kg/ha.

Segundo a Conab o plantio está em andamento na maior parte das regiões produtoras. As oscilações climáticas têm impactado no ritmo das operações, no entanto, a previsão ainda é de cultivo dentro da janela ideal, à medida que as chuvas estão ficando mais regulares. 

Cenário por região

O Norte e Nordeste deve semear 5.639,5 mil hectares, 3,1% de incremento em relação à área plantada na safra passada. Em Rondônia a área plantada em outubro atingiu 46,5%. No Pará, a intenção no aumento do cultivo da soja, para a safra 2020/21, permanece alta, podendo crescer acima de 10%.

No Matopiba os estados vivem cenários diferentes. Na Bahia as áreas irrigadas avançam rapidamente e as de sequeiro começaram com o retorno das chuvas e estão em 2%. No estado estima-se que 42% da safra 2020/21 já tenha sido comercializada por meio de contratos barter, venda antecipada ou travamento de preço. No Tocantins a área deve aumentar em torno 2,1% podendo até ser maior. Os eventos climáticos que vierem ocorrer nas próximas semanas serão decisivos para que esse aumento ocorra, já que a previsão climatológica indica que as chuvas só devem se intensificar a partir da segunda quinzena de novembro. No Maranhão, a semeadura das lavouras na região sul do estado se encontram relativamente atrasadas em relação à safra 2019/20, uma vez que não foi iniciado o período chuvoso que normalmente ocorre na segunda quinzena de outubro. Há uma tendência de aumento de 4% a 6% em relação à safra anterior.  No Piauí deve ocorrer um aumento na área de soja de 5,2% devido à abertura de novas áreas e migração de áreas de milho e algodão para soja.

No Centro-Oeste o maior estado produtor, o Mato Grosso, é o que mais deve crescer. A expectativa é de 4,6% em relação ao plantio passado, atingindo 17,4 milhões de hectares. Calcula-se que cerca de 60% das lavouras se encontram em emergência e 40% em desenvolvimento vegetativo. No Mato Grosso do Sul a estimativa inicial é de aumento da área em 11,1% em relação à safra anterior com áreas de pastagens degradadas, que até pouco tempo eram consideradas marginais, têm sido incorporadas à agricultura. Em Goiás o clima seco atrasou bastante o plantio mas já entra na normalidade. O estado deve ter aumento de 4,2% , com 3.694 mil hectares da oleaginosa. 

Na Região Sudeste, a área plantada com a oleaginosa nesta temporada, deverá apresentar o maior incremento percentual, estando previsto para o exercício que se inicia incremento de 6,1% em relação ao exercício passado, atingindo 2.924,6 mil hectares. Em Minas Gerais havia previsão de queda mas a valorização do grão resultou em aumento de área em 7%. Em São Paulo o plantio chegou na metade e alguns produtores arriscaram plantar no pó. A previsão de crescimento da área é de 4,7% em relação ao exercício passado, atingindo 1.162 mil hectares.

Por fim, no Sul, a estiagem está afetando a semeadura. No Paraná diversos produtores ficaram receosos em plantar com níveis muito baixos de umidade no solo mas a expectativa é que essas chuvas que estão ocorrendo, mesmo de forma irregular, aconteçam nos momentos certos, sem que a produtividade da leguminosa seja afetada. Em Santa Catarina a escassez das chuvas no período contribuiu para que apenas 27% da área tenha sido semeada. No campo, as lavouras se encontram com 44% em germinação e 56% em desenvolvimento vegetativo. Ainda que sob restrição hídrica nas diversas regiões produtoras, não se contabiliza perda de produtividade. No Rio Grande do Sul, a semeadura foi iniciada em outubro, mas em virtude do severo estresse hídrico estadual, evoluiu muito pouco. Até o momento, apenas 5% da área prevista foi semeada. A expectativa de plantio para esta safra foi ajustada para cima em 2,6%, chegando a 6.055,2 mil hectares.

Valorização puxa a oleaginosa

A expectativa se mantém otimista para o desempenho da safra, respaldada pela forte demanda chinesa, câmbio favorável e preços da soja em um bom patamar, criando um cenário onde os produtores poderão investir mais no pacote tecnológico e melhores cuidados na condução e manejo dos cultivos. A cotação média nacional de preços ao produtor pesquisada pela Conab fechou outubro em R$ 141,63, valorização mensal de 14,3%.

Ainda para a safra 2019/20, as exportações deverão ficar próximas a 82,7 milhões de toneladas, e os esmagamentos devem ser 44,6 milhões de toneladas, o que implica em estimativas de estoques de passagem baixos para o grão. Além disso, em virtude da demanda elevada no ano, a comercialização da safra 2019/20 deve chegar a 100% até o fim do ano.
 

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