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Produtividade da soja em Porangatu (GO) deve atingir 47 sacas por hectare


Iniciado há cinco anos na região, mais como experiência, o cultivo de soja é motivo de comemoração dos produtores rurais do Norte goiano. Somente no município de Porangatu, a produção deve chegar este ano a 235 mil sacas, em área plantada de 5 mil hectares, com rendimento médio de 47 sacas por hectare. Sem dúvida, um salto importante, já que os primeiros plantios, há cinco anos, renderam 39 sacas por hectare, em média.

A soja foi introduzida na região em 1999, com a criação da Associação dos Produtores do Norte de Goiás (Pronorte), que hoje reúne 48 integrantes. Denominado inicialmente como projeto Plantar, a empreitada tinha como objetivo provar que a região tinha condições para se transformar numa nova fronteira para a soja. O projeto uniu produtores rurais, a prefeitura de Porangatu, o governo do Estado (Secretaria da Agricultura e Agência Goiana de Obras Públicas) e, na primeira safra, foram plantados apenas 100 hectares, com produção superior a 3 mil sacas.

De lá para cá, o cenário vem mudando. A soja reanima a atividade agrícola da região e contribui para valorizar as terras que, praticamente dobraram de preço. Porangatu e municípios da região já foram grandes produtores de arroz de terras altas, mas a cultura era utilizada basicamente para abertura de áreas de pastagens. Durante anos, o Norte goiano ficou dependente quase que totalmente da pecuária extensiva. Agora, a soja redesenha o cenário agrícola regional, surgindo como alternativa de renda para os produtores e movimentando a economia regional.

Começo difícil

Para o prefeito de Porangatu, Júlio Sérgio de Melo (Júlio da Retífica), a região tem espaço para avançar muito mais no cultivo de soja e isso fatalmente ocorrerá com os bons resultados alcançados. Ele lembra que o começo foi difícil, mas valeu a pena. “Fomos à Agrishow, em Ribeirão Preto, apresentar propostas e tentar convencer produtores de outros Estados. Sem muito êxito, resolvemos fundar a Associação, plantamos a soja e provamos que a cultura é viável no Norte goiano”, lembra ele. Júlio da Retífica também argumenta que a expansão agrícola prepara a área para a chegada da ferrovia Norte-sul, um novo marco para a economia regional.

O presidente da Pronorte, Manoel Eduardo Martins da Silva, assegura que a soja está mudando o comportamento dos produtores e o perfil da economia, com forte influência no desempenho do comércio e nas áreas de prestação de serviços. Segundo ele, a viabilidade da cultura tem motivado produtores que não pertencem à Associação a investir na soja e em pesquisas para alcançar o melhor desempenho da lavoura.

É o caso de Valdomiro Rodante Júnior, que é de José Bonifácio (SP), mas está em Porangatu desde 1975. Ele contratou uma equipe de Goiatuba para fazer assessoria técnica de solo e de herbicidas e acredita que isso será um diferencial em sua lavoura. Atualmente ele planta 70 hectares, com produtividade prevista de 40 sacas por hectare, mas planeja aumentar a área para 200 hectares e melhorar muito o rendimento.

Outros municípios da região seguem o exemplo. Em São Miguel do Araguaia foi fundada associação de produtores para desenvolver a cultura no município. Recentemente foi lançada a Bolsa de Arrendamento de Terras justamente com perspectiva de plantar 5 mil hectares de soja na safra do próximo ano.

Desenvolvimento

No começo do projeto, a Pronorte optou por plantar nas terras próximas à rodovia para que as lavouras funcionassem como vitrine. As fazendas pioneiras foram a Santa Edivirges, de propriedade de Ezequiel Orsi, onde foram plantadas as variedades Emgopa 308, 313 e 315, com produtividade de 155 sacas por alqueire, e Fazenda Eldorado, de Edson Rosa Muniz, com plantio das cultivares Emgopa 305, 308 e 313, com rendimento médio de 140 sacas por alqueire. Para a época, foi um rendimento muito bom, considerando que as lavouras foram feitas em áreas de pastagens degradadas, com mais de dez anos de uso.

Nas safras seguintes foram selecionadas áreas de melhor padrão e oferecidos incentivos como o arrendamento de terras a preços bem razoáveis (se comparados ao custo do arrendamento nos municípios da região Sudoeste de Goiás), visando atrair produtores. No primeiro ano, o arrendamento teve custo zero, isto é, o produtor não pagava nada pelo uso da terra. Atualmente, os produtores estão pagando média de 5 sacos de soja por hectare ou 25 por alqueire. No Sudoeste goiano, a média varia de 10 a 12 sacas por hectare ou de 50 a 60 sacas por alqueire.

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