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Produtor de soja dribla ferrugem e colhe bem

Uso de variedades precoces e vazio sanitário melhoraram a rentabilidade no campo


No TecnoCampo, realizada em fevereiro em Sorriso (MT), o professor Peter Goldsmith, do Departamento de Economia da Agricultura e Consumo da Universidade de Illinois (EUA), previu que "2007 é o ano do milho, e 2008, da soja". Alívio para os produtores, que depois de dois anos de perdas com a quebra da produção da soja, comemoram os bons resultados da safra 2006/2007, aumento da demanda mundial de milho e a recuperação dos preços.

O sojicultor fez a lição de casa: adotou o vazio sanitário para quebrar o ciclo da ferrugem e utilizou variedades precoces. O clima também colaborou, o que permitiu o plantio da safrinha com milho e algodão. O problema continua sendo a defasagem do câmbio.

A Fazenda Porta do Céu, em Campo Novo do Parecis (MT), já colheu 60% dos seus campos de soja. "Em outubro, quando plantamos a safra, o horizonte era negro", observa o dono da propriedade, Sergio Stefanelo, que teve rendimento de 52 sacas/hectare, ante 41 sacas na safra anterior.

De bom, Stefanelo destaca a maior produtividade e a cotação internacional da soja e, de ruim, as perdas na hora da conversão do dólar para o real. Acrescenta que esse descompasso causa dois problemas: como o preço internacional da commodity está bom, o custo tende a subir, além de aumentar a demanda por fertilizantes, com preços inflacionados. "Dá para pagar as contas desta safra, mas não vai ser fácil saldar as dívidas antigas e a securitização".

Stefanelo plantou milho e algodão na safrinha, além de sorgo, logo depois de colher a soja. "Antes a safrinha de milho era inviável, por causa do alto custo da logística". Ele conta que no Estado foram firmados muitos contratos de exportação do grão para os Estados Unidos, um fato inédito.

Recuperação firme

O produtor Orcival Guimarães, da Fazenda Guimarães, em Lucas do Rio Verde (MT), aposta em uma recuperação firme que vai durar cinco anos, no mínimo. "Os produtores não vão avançar na lua pensando que é queijo", pondera. E avalia que o cenário é de cautela, até porque há um passivo de dívida grande a ser pago.

"Os preços das commodities se recuperaram bem, mas o câmbio, muito defasado, está nos judiando", afirma e aponta o aumento do preço do óleo diesel, do frete e dos fertilizantes. E prevê, para o segundo semestre, aumento da demanda por máquinas agrícolas e desabastecimento. "As indústrias dispensaram muitos funcionários e estão descapitalizadas e despreparadas em mão-de-obra", observa.

Guimarães terminou a colheita da soja, com rendimento de 52 sacas/hectare, ante 53 sacas/hectares, na safra passada. "Perdemos apenas uma saca por hectare porque plantamos soja precoce", diz. O clima ajudou e depois de colher a soja, ele plantou 26 mil hectares de safrinha: 14,2 mil hectares de algodão; 8 mil hectares de milho e 3,8 mil hectares de sorgo. O milho e o sorgo serão utilizados para o confinamento de bovinos.

Custo com defensivo

Guimarães colheu 26 mil hectares de soja: 12 mil foi de soja superprecoce; 6 mil hectares de ciclo médio e 8 mil de ciclo um pouco mais longo. A prevenção ajudou a baixar os custos com defensivos. "A redução de custos chegou a duas sacas por hectare, em média, ou R$ 50 por hectare. Economizei R$ 1,3 milhão".

Nas áreas de soja superprecoce, fez uma aplicação de defensivos; nas de ciclo mediano, duas e nas de ciclo mais longo, até três. "A cada 48 horas o técnico entrava no talhão para o monitoramento de pragas e doenças. Mesmo quando não dava o índice, fazíamos o controle preventivo".

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