Produtores promovem chuva de arroz no centro de Bagé (RS)

Arrozeiros da região de Bagé, no Rio Grande do Sul, reagiram ontem contra a atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na segunda-feira, que furou bloqueio na BR-153 e permitiu a entrada de 20 caminhões carregados com arroz e trigo do Uruguai. Os produtores fizeram uma carreata com 90 tratores e 55 caminhões. O manifesto percorreu oito quilômetros até Bagé e depois circulou pelas ruas centrais da cidade. Ao mesmo tempo, quatro aviões sobrevoaram o Município, fazendo uma semeagem simbólica de arroz.

O protesto durou duas horas e contou com apoio do comércio, que fechou as portas. Duas toneladas de arroz foram distribuídas para a população, contando. O superintendente da Polícia Rodoviária Federal no estado, Vanderlei Langer, explicou a atitude da corporação dizendo que ela é obrigada a manter o livre trânsito nas rodovias.

De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Bagé, Ricardo Zago, a ação da PRF desencadeou um clima de revolta entre os arrozeiros. O presidente da Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Valter Pötter, disse que o protesto foi um sucesso, com grande quantidade de manifestantes.

Hoje produtores de todo Estado se concentram em Santana do Livramento, onde fazem manifestações no Porto Seco da cidade e realizam assembléia geral. São esperados dois mil ruralistas. O governador Germano Rigotto, que iria viajar à cidade de Livramento somente amanhã, decidiu antecipar a viagem para hoje à tarde, a fim de participar da Assembléia. Rigotto irá se solidarizar aos produtores, e deve participar das ações para pressionar o governo federal. Também serão feitas manifestações em Quaraí.

Da assembléia, devem partir reivindicações a serem apresentadas aos ministros Ciro Gomes, da Integração Nacional, Olívio Dutra, das Cidades, e Aldo Rebelo, da Coordenação Política, que chegam à cidade amanhã. Também participam representantes do Uruguai e Argentina. Apesar de o Ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, ter anunciado medidas para o setor na segunda-feira, as entidades gaúchas consideram a resposta do governo vaga e sem reais benefícios.