O governo deve anunciar, no próximo dia 25, um programa de apoio ao milho. Entre as medidas, consta a liberação de mais recursos para o custeio da safrinha e mecanismos de apoio à comercialização, como contratos de opção ou retomada de estoques governamentais. Na próxima semana, o setor estará reunido para discutir o plano.
Ontem, produtores do Espírito Santo estiveram reunidos com o ministro da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento, Roberto Rodrigues, discutindo a crise no abastecimento do grão e tiveram a promessa de apoio imediato. Na próxima reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), no final deste mês, devem ser aprovadas medidas de apoio ao setor.
Pelos cálculos dos produtores, haverá falta de até 3 milhões de toneladas do cereal. Nas estimativas do setor, o País vai produzir entre 36 e 37 milhões de toneladas do grão, para um consumo de até 38 milhões de toneladas. ´Esta defasagem nos preocupa, pois haverá especulação com o preço´, diz Antônio Venturini, presidente da Associação dos Avicultores do Espírito Santo. Segundo ele, em seu estado, o grão está sendo comprado a R$ 35 a saca, enquanto no Paraná - que é auto-suficiente - é comercializado a R$ 22 a saca.
Venturini disse que o governo prometeu tentar reestruturar a cadeia produtiva do milho, transformando o grão em uma commodity, ou seja, o mercado regularia os preços. Mas, para os produtores de aves e suínos, neste momento se faz necessária a intervenção do ministério.
Por isso, os produtores querem que o governo estimule o plantio da safrinha, com garantia de preços - através de Contratos de Opção - e de compra para a formação de um estoque. A idéia é que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) volte a regular o mercado, com a compra de até três milhões de toneladas. ´O governo pode comprar, intervir e revender para a indústria´, diz Venturini.
Outra medida é dobrar os recursos para custeio aos produtores do cereal. Pelo plano agrícola 2002/03, cada produtor tem direito a R$ 250 mil para custeio do milho, sem necessidade de dividir esse montante com outra cultura, regra que só vale para o milho. Pelos cálculos do setor, com o estímulo e tempo bom, a safrinha poderia chegar a oito milhões de toneladas.
Neila Baldi - Brasília/DF
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