Projeto de irrigação abandonado no RS
Passados quase dois anos, governo devolverá verba empenhada por agricultores
Passados quase dois anos, governo devolverá verba empenhada por agricultores para construção de açudes e cisternas
Depois de quase dois anos de espera, produtores foram surpreendidos com a notícia de que o governo do RS vai devolver a contrapartida paga por eles para a construção de obras de abastecimento e irrigação encaminhadas pelo Pró-Irrigação/RS na gestão Yeda Crusius. Com a transição de governo e a extinção da Secretaria Extraordinária da Irrigação e Usos Múltiplos da Água (Siuma), pelo menos 281 projetos de cisternas ficaram no limbo e o valor desembolsado pelos agricultores (20% do total), no caixa estadual.
Segundo a Secretaria de Obras Públicas, Irrigação e Desenvolvimento Urbano (SOP), apenas 140 das 421 propostas elaboradas entre 2009 e 2010 foram concluídas. A alegação é que faltou orçamento para garantir a contrapartida necessária para execução dos projetos, já que a verba prevista pela extinta Siuma foi transferida para a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR). Agora, a promessa é que o dinheiro seja devolvido aos agricultores corrigido, apesar do governo ainda não ter levantamento de valores e número de agricultores envolvidos. A orientação é para que eles entrem em contato com a Secretaria de Obras para reaver o recurso e reiniciar o processo na SDR.
O impasse burocrático entre as secretarias é alvo de revolta no campo, onde o principal questionamento é porque os projetos também não migraram com o recursos para a SDR, viabilizando sua continuidade e evitando danos como os que chegaram com a seca deste ano. Solução como a obtida pelo agricultor Nadir Rorig, de Aratiba, que, em 2010, teve apoio Pró-Irrigação para construir cisterna e, neste ano, a obra garantiu o abastecimento de suínos e do gado. Mesma sorte não tiveram os dez agricultores de Campina das Missões, que desembolsaram até R$ 2.010,00 cada para viabilizar projetos que nunca saíram do papel. Um deles é o suinocultor Luis Gvozd, que agora resume o sentimento diante das novas orientações: "É muita estrada para pouca confiança. Fomos iludidos." Ele está decidido a construir uma estrutura para armazenagem por conta própria. "Eu fiz a minha parte. E lamentável que aconteça isso numa época em que o governo fala em preservação. Eu ocupo água de poço para limpeza da granja porque não tenho alternativa."
Além de economizar 200 mil litros de água da rede pública, o suinocultor Julci Goerlach esperava poder utilizar a cisterna para matar a sede dos animais. "Não quero o dinheiro de volta. Com esta seca, o governo devia repensar e fazer a obra." Na avaliação do vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Campina das Missões, Nívio Siveris, as obras teriam amenizado a seca. "Tínhamos até o licenciamento ambiental! Só faltou a execução", lamenta. Em Nova Candelária, oito produtores ficaram de mãos abanando e em Boa Vista do Buricá, mais sete.
A Fetag mapeia a situação. Para o assessor de Política Agrícola Airton Hochscheid, o fato revela falta de continuidade de programas no RS. "A situação beira ao ridículo. Precisamos de política permanente de irrigação."
Depois de quase dois anos de espera, produtores foram surpreendidos com a notícia de que o governo do RS vai devolver a contrapartida paga por eles para a construção de obras de abastecimento e irrigação encaminhadas pelo Pró-Irrigação/RS na gestão Yeda Crusius. Com a transição de governo e a extinção da Secretaria Extraordinária da Irrigação e Usos Múltiplos da Água (Siuma), pelo menos 281 projetos de cisternas ficaram no limbo e o valor desembolsado pelos agricultores (20% do total), no caixa estadual.
Segundo a Secretaria de Obras Públicas, Irrigação e Desenvolvimento Urbano (SOP), apenas 140 das 421 propostas elaboradas entre 2009 e 2010 foram concluídas. A alegação é que faltou orçamento para garantir a contrapartida necessária para execução dos projetos, já que a verba prevista pela extinta Siuma foi transferida para a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR). Agora, a promessa é que o dinheiro seja devolvido aos agricultores corrigido, apesar do governo ainda não ter levantamento de valores e número de agricultores envolvidos. A orientação é para que eles entrem em contato com a Secretaria de Obras para reaver o recurso e reiniciar o processo na SDR.
O impasse burocrático entre as secretarias é alvo de revolta no campo, onde o principal questionamento é porque os projetos também não migraram com o recursos para a SDR, viabilizando sua continuidade e evitando danos como os que chegaram com a seca deste ano. Solução como a obtida pelo agricultor Nadir Rorig, de Aratiba, que, em 2010, teve apoio Pró-Irrigação para construir cisterna e, neste ano, a obra garantiu o abastecimento de suínos e do gado. Mesma sorte não tiveram os dez agricultores de Campina das Missões, que desembolsaram até R$ 2.010,00 cada para viabilizar projetos que nunca saíram do papel. Um deles é o suinocultor Luis Gvozd, que agora resume o sentimento diante das novas orientações: "É muita estrada para pouca confiança. Fomos iludidos." Ele está decidido a construir uma estrutura para armazenagem por conta própria. "Eu fiz a minha parte. E lamentável que aconteça isso numa época em que o governo fala em preservação. Eu ocupo água de poço para limpeza da granja porque não tenho alternativa."
Além de economizar 200 mil litros de água da rede pública, o suinocultor Julci Goerlach esperava poder utilizar a cisterna para matar a sede dos animais. "Não quero o dinheiro de volta. Com esta seca, o governo devia repensar e fazer a obra." Na avaliação do vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Campina das Missões, Nívio Siveris, as obras teriam amenizado a seca. "Tínhamos até o licenciamento ambiental! Só faltou a execução", lamenta. Em Nova Candelária, oito produtores ficaram de mãos abanando e em Boa Vista do Buricá, mais sete.
A Fetag mapeia a situação. Para o assessor de Política Agrícola Airton Hochscheid, o fato revela falta de continuidade de programas no RS. "A situação beira ao ridículo. Precisamos de política permanente de irrigação."