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Projeto do Sebrae busca alternativas para citricultores do noroeste paulista

Produtores estão unidos para tentar comercializar a fruta


Mais de 100 produtores do noroeste paulista estão unidos para tentar comercializar a fruta

São Paulo - Um projeto do Sebrae no noroeste paulista está ajudando citricultores a enfrentar a crise da laranja que afeta toda a região. Com cerca de 100 produtores cadastrados, o Projeto de Citricultura Familiar do Noroeste Paulista busca novos canais de comercialização para escoar a produção dos laranjais.


Segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBr), as supersafras de 2011 e 2012, a diminuição no consumo e a crise internacional estão prejudicando os produtores do país. A CitrusBr estima que 80 milhões de caixas de laranja não têm contratos atualmente com a indústria, que tem 600 mil toneladas da fruta em estoque.

“Apesar do projeto englobar principalmente ações de tecnologia e gestão, estamos tentando encontrar, diante da crise, alternativas para comercialização, principalmente por meio das compras públicas”, afirmou o coordenador de Agronegócios do Sebrae, José Carlos Reis.

Sensibilizar os prefeitos por meio da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa é um desses canais. O capítulo de compras governamentais prevê que licitações com valor estimado em até R$ 80 mil sejam destinadas exclusivamente à participação de micro e pequenas empresas (MPE).

Juntos, os 100 citricultores do noroeste paulista produzem mais de 600 mil caixas de laranja por safra. “É possível atender ao consumo da merenda escolar, dos restaurantes de presídios e até dos refeitórios de grandes fábricas da região”, diz a gestora de Agronegócios do Sebrae em Barretos, Tatiana Candeo.

O produtor Paulinho Faioto trabalha há 30 anos na produção de laranja no município. Ele afirma “nunca ter visto uma crise tão violenta”. Das 17 mil caixas da safra atual, nove mil ainda não têm comprador. Para ele, a participação no projeto pode ser uma saída para melhorar a situação. “Espero que as prefeituras agilizem as compras antes que os produtos apodreçam nos laranjais”, reforça.


Qualidade

Paulinho ressalta que a fruta produzida na região é adequada para a fabricação de suco porém, para colocar o produto no mercado varejista, é preciso melhorar a qualidade e o custo final. “O projeto de citricultura do Sebrae deve trazer as ferramentas necessárias para isso”.

Daniel Camargo ingressou no projeto recentemente, mas só vai produzir laranjas no ano que vem. “Já entrei no projeto pensando exatamente no que vai acontecer quando chegar a minha safra. Não quero depender da indústria. Além disso, conto com uma assistência técnica de agrônomos que jamais teria condições de contratar”.

Toda a economia que depende da laranja está sendo afetada. Segundo o coordenador do Sebrae, José Carlos Reis, com a falta de comercialização, aumenta o desemprego e também o endividamento dos produtores com bancos e fornecedores. “Estamos fazendo um esforço concentrado para orientar os produtores da região”, explica.

O Projeto de Citricultura Familiar do Noroeste Paulista é uma parceria entre o Sebrae; os sindicatos rurais de Barretos, Bebedouro, Monte Azul Paulista e Olímpia; Coordenadora de Assistência Técnica Integrada (Cati); Coopercitrus; Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar); e Agência Nacional de Defensivos. Produtores da região noroeste podem se inscrever até 31 de agosto. Para isso, basta procurar o Sebrae na região.

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