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Próxima safra de soja terá maior produção

O aumento da demanda de soja foi propiciado pelo consumo Chinês, que dobrou no último ano


A próxima safra norte-americana aponta para um nível maior de produção. O EUA é o maior produtor da oleaginosa, mas dispõe de pouca área, não tem como ampliar. A Argentina ainda tem espaço extra, mas talvez ainda não o utilize na próxima safra, pois estará se recuperando de um momento difícil com forte seca. Porém, o aumento de produção dos argentinos deve vir via ganho de produtividade que pode chegar a 51 milhões de toneladas. “Juntos, Brasil, Argentina e Estados Unidos respondem por 80% da produção mundial e por 90% das exportações de soja”, afirmou Jacqueline Bierhals - Gerente da Agroenergia da Agra FNP, Engenheira Agrônoma, Doutora em Ciência dos Alimentos (USP) e palestrante do 24º Seminário Cooplantio, encerrado na última sexta-feira (03).

O aumento da demanda de soja foi propiciado pelo consumo Chinês, que dobrou no último ano. O país aumentou em 100% o consumo da oleaginosa e viu como solução a busca do alimento na exportação. Em 2008 o Brasil exportou 2,5 milhões de toneladas de soja para clientes da União Européia e Ásia. Já a União Européia tem consumido menos o grão, mas prioriza o farelo nas exportações.

Para a próxima safra Jaqueline vê algumas vantagens aos produtores de soja. O produtor que buscar uma gestão mais eficiente de sua propriedade deve aumentar suas margens de lucro. O diferencial está para aquele agricultor que investe em análise de solo para não desperdiçar adubo, em semente com alto potencial produtivo, aquele que efetua boas compras e que se preocupa com a rotação de culturas.

Para a safra 2009/10 a estimativa é de redução de 12% nos custos por hectare. “É uma redução importante devido à baixa sofrida nos preços dos fertilizantes, que se comparado com 2008 partiu uma fatia considerável da renda do produtor”, disse Jaqueline.

Segundo ela a próxima safra apresenta indicativos de ser bem positiva para a soja. No RS, tem desembolsos mais baixos, porém o custo por saca é maior se comparado aos outros estados. Atualmente o Paraná é onde se tem o menor custo por saca do país, seguido de Mato Grosso e Rio Grande do Sul.

A expectativa de preço da oleaginosa não deve alcançar a alta histórica de US$16 bushel, mas não voltará aos baixíssimos US$ 6 por bushel. A FNP projeta um valor entre os US$ 9 podendo chegar até os US$ 11 por bushel. “É bom o aguardar, pois é possível haver alguma queda nessa estimativa”, analisou.

A expectativa é de bons preços para 2009/10. As altas devem começar já no segundo semestre, antes da colheita dos Estados Unidos. Conforme Jaqueline “A conjuntura apresenta os Estados Unidos com baixos estoques e a Argentina com incerteza. O produtor brasileiro pode esperar margem boa nos preços, mas pouca resposta em aumento de área”.

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