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Quais são as perspectivas para a soja?

O mercado teve como principal influência no último mês a redução da oferta de óleos vegetais no cenário global


Foto: Pixabay

Os preços da soja no contrato mais curto em Chicago apresentaram valorizações entre o início de abril e 12 de maio, com a negociação do vencimento neste mês apresentando aumento de 4,9% no período, fechando a 5ª feira (12/5) a USD 16,60/bu. Os contratos mais longos também postaram ganhos no mesmo intervalo de tempo, como o maio/23, por exemplo, cujo preço subiu 5,6% no período, sendo negociado a USD 14,65/bu.

O mercado teve como principal influência no último mês a redução da oferta de óleos vegetais no cenário global, com o banimento da exportação de óleo de palma pela Indonésia e com a diminuição da produção de óleo de girassol pela Ucrânia devido aos reflexos do conflito com a Rússia. Além disso, outro fator influente é o atraso do plantio da nova safra norte-americana devido à condições climáticas desfavoráveis (frio e chuva) no meio oeste do país.

A safra no Brasil foi novamente revisada para cima pela maioria das consultorias de mercado. A StoneX, por exemplo, aumentou suas projeções para a safra de soja 2021/22 em 1,4 milhão de toneladas para 123,4 milhões de toneladas, aumento de 1,15% quando comparado com a estimativa anterior do início de abril, como resultado das chuvas ocorridas no Rio Grande do Sul e de Santa Catarina que favoreceram as lavouras.

No Brasil, tivemos alguns momentos de valorização do real que levaram a soja para patamares mais baixos, mas as valorizações das cotações na CBOT atreladas à recuperação do dólar contribuíram para o aumento dos preços do grão nas praças locais no início de maio em relação à abril. Em Sorriso, por exemplo, o aumento desde o início de abril foi 4,8% com a saca comercializada a R$ 170,05/sc em 3/5. 

O nosso cenário segue apontando para preços firmes na CBOT ao longo dos próximos meses como reflexo de uma perspectiva de balanço global de oferta e demanda apertado tanto na safra atual quanto na 2022/23 mesmo assumindo um cenário de normalidade produtiva nos principais países produtores da oleaginosa.

Entretanto, o atraso do plantio nos Estados Unidos, embora ainda não traga grandes impactos para o potencial produtivo no país, joga luz aos riscos que uma eventual redução dos níveis de produtividade do país poderia causar na oferta de grãos no mundo. Não se pode perder do radar também que o desenvolvimento da lavoura americana deverá sofrer influência da La Niña, que vem causando perdas de produtividade pela variação das condições climáticas.

Combustível adicional para as cotações deve vir da firme demanda por óleos vegetais, a reboque da crescente produção de biocombustíveis, principalmente nos Estados Unidos, em meio a um cenário de redução de tais produtos no mundo. Provavelmente como consequência desse cenário, as vendas norte-americanas antecipadas referentes à 2022/23, em 28/4, eram 66% superiores às observadas no mesmo período do ano passado.

Por outro lado, não se pode perder do radar os riscos inerentes às medidas restritivas na China devido ao agravamento do surto de Covid-19 e também ao
rebalanceamento dos fundos face ao aumento dos juros globais uma vez que a posição comprada de tais no mercado é bastante elevada.

Análise Agro Mensal Itaú BBA.

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