CI

Qualidade do trigo pode pressionar preços no médio prazo

Esse cenário pode estimular um aumento da demanda por trigo hard dos EUA


Esse cenário pode estimular um aumento da demanda por trigo hard dos EUA Esse cenário pode estimular um aumento da demanda por trigo hard dos EUA - Foto: Mateus Zardin

O mercado internacional de trigo atravessa um momento de reavaliação de fundamentos, com impactos potenciais sobre oferta, demanda e formação de preços nos próximos ciclos. Segundo análise da TF Agroeconômica, a qualidade inferior do trigo argentino nesta temporada, mais adequada ao uso em ração do que à panificação, tende a alterar o fluxo global do cereal e a composição das farinhas produzidas em diferentes regiões.

Esse cenário pode estimular um aumento da demanda por trigo hard dos Estados Unidos e da Rússia, utilizado em blends para elevar o padrão das farinhas, o que abre espaço para elevação de preços no médio e longo prazos tanto na Bolsa de Chicago quanto no mercado físico brasileiro. A avaliação considera que esse movimento não deve ser imediato, mas pode ganhar força ao longo do próximo ano, especialmente em países com elevada dependência do produto argentino.

No caso do Brasil, onde a participação do trigo importado da Argentina é significativa, a perspectiva é de pressão gradual sobre os preços do trigo em grão e das farinhas ao longo de 2026. A menor disponibilidade de produto com qualidade adequada para panificação tende a exigir ajustes nas compras externas e maior competição por origens alternativas, refletindo nos custos da cadeia moageira.

Para os moinhos, a análise aponta a necessidade de preparação diante de possíveis aumentos da matéria-prima no próximo ano. A recomendação é aproveitar as atuais quedas observadas na CBOT para estruturar posições no mercado futuro, seja em Chicago ou na bolsa argentina, como forma de compensar altas esperadas a partir de fevereiro ou março de 2026.

Já para agricultores, cooperativas e cerealistas que precisam comercializar o trigo físico neste momento, a estratégia indicada envolve a possibilidade de manter exposição às altas futuras por meio da compra de contratos em níveis considerados baixos. Essa orientação também se aplica a agentes que necessitam liberar espaço nos armazéns para a entrada da primeira safra de milho e, na sequência, da soja, conciliando gestão de estoque com proteção de preços.
 

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.

2b98f7e1-9590-46d7-af32-2c8a921a53c7