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Quebra de safra no MT impacta preços da soja no Brasil

Clima adverso no Mato Grosso gera preocupações enquanto exportações brasileiras de soja caminham para um recorde em 2023


Foto: Leonardo Gottems

No Brasil, a recente confirmação de uma significativa quebra na safra de soja no Mato Grosso está gerando impactos nos preços do grão em todo o país. A média gaúcha fechou a semana em R$ 136,77/saco, enquanto outras regiões oscilaram entre R$ 117,00 e R$ 124,00/saco. O cenário é agravado pela queda do preço da soja em Chicago, câmbio desfavorável (R$ 4,88) e prêmios portuários negativos previstos a partir de fevereiro.

De acordo com a análise de mercado da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA), o estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, enfrenta uma redução de 20,5% no preço médio da soja em comparação com o ano anterior. No entanto, o plantio da nova safra nacional atingiu 94% da área até meados de dezembro, com condições climáticas mais favoráveis em grande parte do país, especialmente no Sul.

O destaque negativo fica por conta do Mato Grosso, que confirma uma quebra de 20% na safra local, previamente estimada em mais de 40 milhões de toneladas. Com isso, a produtividade média no estado deve cair de 62,3 sacos/hectare para 49,7 sacos, resultando na pior colheita da história do estado. Esse revés também pode impactar a produção de milho safrinha em 2024, com projeções indicando uma redução de 24,6% na área plantada.

Diante desse contexto desafiador, as projeções para a safra total de soja no Brasil em 2023/24 foram revisadas para baixo, variando entre 153 e 159 milhões de toneladas. A produtividade média do país deve cair aproximadamente 3 sacos/hectare, com o MATOPIBA registrando uma queda mais expressiva de 9 sacos.

Enquanto as lavouras brasileiras enfrentam desafios, as exportações de soja continuam a surpreender. Estima-se que em 2023 as exportações alcancem 100,02 milhões de toneladas, superando pela primeira vez a marca de 100 milhões em um ano. No acumulado até dezembro, o país já exportou 98,02 milhões de toneladas, com uma média diária que registra um aumento significativo de 106,6% em relação ao ano anterior.

As exportações recordes são impulsionadas, em parte, pela estratégia dos importadores, principalmente os chineses, que aproveitaram os preços mais baixos para recompor estoques. Em 2023, as exportações brasileiras de soja para a China foram impulsionadas pela quebra na safra argentina, obrigando o país vizinho a aumentar substancialmente as importações.

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