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Quebra de safra no Sul pode reduzir colheita de soja no Brasil

Exportações dos EUA crescem 14% no atual ciclo da soja


Foto: Canva

Segundo dados divulgados pela Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA), a produção brasileira de soja deve ser impactada por quebras na safra do Rio Grande do Sul e de parte de Santa Catarina. Enquanto a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima uma colheita de 166 milhões de toneladas, analistas mais otimistas projetam até 172 milhões. No entanto, as perdas no Sul podem reduzir esse volume.

No Rio Grande do Sul, as principais regiões produtoras registram quedas entre 35% e 50%. O estado, que esperava colher 22 milhões de toneladas, agora deve ter um volume entre 14 e 15 milhões, embora a Conab ainda considere uma quebra de apenas 6%.

Apesar das perdas climáticas, o preço da soja no Brasil segue em queda, pressionado pela valorização do real. A moeda, que passou semanas acima dos R$ 6,00 por dólar, recuou para o intervalo de R$ 5,70 a R$ 5,80, o que reduziu os valores da oleaginosa. Os prêmios, no entanto, devem melhorar a partir de julho, diante da menor oferta.

No mercado internacional, o preço do bushel de soja fechou a US$ 10,30 nesta quinta-feira (13), ante US$ 10,60 na semana anterior. Em janeiro de 2024, a média era de US$ 12,30/bushel, indicando um recuo significativo.

Nos Estados Unidos, as exportações de soja já atingiram 35,2 milhões de toneladas no atual ciclo 2024/25, um crescimento de 14% em relação ao mesmo período do ano passado. Na Argentina, o retorno das chuvas aliviou o déficit hídrico, mas não reverteu as perdas.

No Brasil, a comercialização da safra segue lenta, com 39,4% da produção esperada já vendida, abaixo da média histórica de 43,2%. O alto custo do frete, impulsionado pelo aumento do diesel, dificulta as negociações. O transporte de grãos entre Sorriso (MT) e Miritituba (PA) subiu 40%, atingindo R$ 270,00/tonelada. Com isso, tradings como Bunge e ADM registraram lucros abaixo do esperado.

A colheita atinge 16,8% da área cultivada no país, abaixo da média histórica de 21,4% para este período. Em Mato Grosso, o ritmo também é inferior, com 28,6% colhidos, ante 51,5% no ano passado. Ainda assim, o estado deve colher 47,2 milhões de toneladas, um crescimento de 20,8% frente à safra anterior.

Diante desse cenário, especialistas acreditam que a produção do Centro-Norte do país poderá compensar as perdas do Sul, mantendo a safra nacional em patamares recordes. A Abiove projeta um esmagamento de 57,5 milhões de toneladas e exportações de 23,6 milhões de toneladas de farelo e 1,1 milhão de óleo de soja.

Além disso, o mercado monitora possíveis impactos de uma eventual guerra comercial entre EUA e China, que pode alterar a dinâmica global da soja nos próximos meses.

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