Quebra-lombo melhora estrutura e produtividade da cana

A prática de nivelar o solo após o plantio tem papel decisivo no desenvolvimento inicial da cana e na condução eficiente da lavoura ao longo do ciclo. Segundo o engenheiro agrônomo Cleber Machado, o quebra-lombo realizado cerca de dois meses depois da implantação corrige as elevações formadas na abertura das covas e sulcos, ajustando o terreno para o avanço uniforme das plantas. Ao rebaixar esses lombos, o canavial ganha um perfil mais homogêneo, o que reduz o risco de tombamento em áreas sujeitas a chuvas fortes e ventos que aprofundam valas e dificultam a colheita mecanizada.

A regularização também contribui para diminuir processos erosivos, sobretudo em talhões vulneráveis à enxurrada, preservando a estrutura física do solo. Com o terreno mais estável, o deslocamento das máquinas se torna mais seguro e contínuo, permitindo operações de manejo com menor compactação e maior rendimento. O ajuste favorece ainda a distribuição da água no campo, ampliando a infiltração e estimulando a formação radicular, condição que se reflete em plantas mais vigorosas e com melhor capacidade de resposta ao longo do ciclo.

Em algumas áreas, o procedimento pode ser associado à aplicação localizada de herbicidas entre as linhas, estratégia que otimiza o controle de plantas daninhas e integra diferentes etapas do manejo. Outro efeito relevante é o acúmulo de terra junto ao pé da planta, que funciona como proteção adicional contra o atrito das colhedoras e tende a prolongar a vida útil da soqueira. Para o especialista, o conjunto desses fatores torna o quebra-lombo uma etapa fundamental para consolidar lavouras mais produtivas e estruturadas.