Queda da demanda externa pressiona preços do suco de laranja
Na bolsa de Nova York, o suco de laranja concentrado e congelado acumulou queda
Na bolsa de Nova York, o suco de laranja concentrado e congelado acumulou queda - Foto: Seane Lennon
O mercado de suco de laranja iniciou a safra 2025/26 sob pressão, com queda de preços na bolsa de Nova York diante do enfraquecimento da demanda internacional e do ritmo mais lento das exportações. Segundo análise do Itaú BBA, a retração nos embarques para Estados Unidos e União Europeia reduziu a necessidade de compra de laranjas pela indústria, refletindo um cenário mais cauteloso no curto prazo.
Na bolsa de Nova York, o suco de laranja concentrado e congelado acumulou queda de 12% nos últimos 30 dias, encerrando o dia 10 de dezembro cotado a USD 2.127,1 por tonelada. No mesmo intervalo, o preço da caixa de laranja destinada à indústria recuou 18%, para R$ 37,35, sinalizando menor apetite das processadoras em meio à demanda mais fraca.
No mercado físico, as exportações totalizaram 62 mil toneladas em equivalente FCOJ, retração de 20% em relação ao ano anterior e de 25% frente ao mês anterior. Os Estados Unidos, que vinham comprando volumes superiores aos de 2024 desde julho, reduziram os embarques em 15% na comparação anual em novembro. Já a União Europeia mantém compras abaixo do ritmo do ano passado desde agosto, com embarques entre julho e novembro somando 345,6 mil toneladas, queda de 10%, enquanto o preço médio recuou 18%, para USD 3.619,6 por tonelada.
De acordo com o Itaú BBA, a menor demanda pode estar ligada ao fato de compradores terem adquirido suco a preços elevados anteriormente e agora buscarem preservar margens. Com preços ainda altos no varejo, o consumo ficou limitado, levando a indústria a reduzir o recebimento e a restringir novos contratos, priorizando laranjas de melhor qualidade.
No campo, o Fundecitrus revisou para baixo a estimativa da safra de laranja 2025/26 para 294,81 milhões de caixas de 40,8 kg, queda de 3,9% em relação à reestimativa de setembro e de 6,3% frente à primeira projeção de maio. Apesar do ajuste, a produção ainda é 28% superior à safra 2024/25.