Agência de Desenvolvimento do RS assinou em consorcio com Banrisul e BRDE, nesta segunda-feira (26/01), contrato de financiamento que destina R$ 35 milhões para ampliação do complexo industrial da GRANOL/GRANDIESEL, de Cachoeira do Sul, uma das maiores produtoras de biodiesel do Brasil, segundo dados da Agencia Nacional de Petróleo. Conforme o secretário do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais, Márcio Biolchi, induzir o desenvolvimento de setores portadores de futuro, como o mercado de biodiesel, é um dos importantes focos da estratégia operacional da Secretaria e da CAIXARS, e este financiamento está alinhados com os Programas Estruturantes do Governo, que buscam o desenvolvimento do Estado. Estiveram presentes na assinatura do contrato os diretores da Granol Eng Armando Hiroshi e eng químico Osmar Carrasque, recentemente contratado pela Granol ,vindo da Bunge Alimentos, alem do prefeito de Cachoeira do Sul Sergio Ghignatti e do secretário desenvolvimento Ronaldo Tonet.
Com os investimentos, a Granol terá capacidade para atender a demanda de óleo bruto imposta pela implantação da Planta de Biodiesel já em operação em sítio contíguo ao da planta de esmagamento. Hoje, a empresa já tem condições de processar as oleaginosas produzidas nas regiões centro-oeste, sudeste e sul do país e suprir a necessidade por óleo vegetal das plantas produtoras de biodiesel, sem comprometer sua participação no mercado de óleo e farelo.
Atualmente, cerca de 24% de todo o biodiesel brasileiro é produzido no Rio Grande do Sul, que possui quatro grandes plantas com capacidade de produção similares entre si, das quais três – incluindo a Granol – são apoiadas pela CAIXARS (as outras duas são BSBIOS, de Passo Fundo, e Oleoplan, de Veranopolis). Conforme a presidente da CAIXARS, Susana Kakuta, o investimento total de R$ 44,5 milhões vai proporcionar aumento da capacidade de esmagamento da empresa em 500 toneladas de grão de soja por dia, chegando a 660.000 toneladas por ano, montante este que representa ao redor de 8% de toda a soja produzida no RS.
O biodiesel corresponde a 50% do faturamento da Granol. De acordo com o diretor Industrial da empresa, Juan Diego Ferrés, a perspectiva é de que em 2009 o faturamento ultrapasse a marca de R$ 2 bilhões. O quadro de funcionários da Granol vai aumentar em 120%, passando dos atuais 250 funcionários para um total de 550 colaboradores. O Secretário Biolchi participou da assinatura dos financiamentos hoje, que teve a presença do diretor Ferrés, da presidente da CAIXARS, Susana Kakuta e demais diretores, além do presidente do Banrisul, Fernando Lemos, e do diretor do BRDE, Otomar Vivian. A assinatura ocorreu às 11h na sede da Secretaria (Centro Administrativo do governo do Estado – Av. Borges de Medeiros, 1501 - 16º andar), no salão azul.
Sobre o Biodiesel no Brasil
O Brasil é apontado por especialistas do mundo todo como o país com potencial para se tornar o principal exportador de biodiesel dadas as suas potencialidades ímpares para produzi-lo em quantidade e custos competitivos. Cálculos da Agência Americana de Energia Renovável apontam que os Estados Unidos tem um mercado potencial para os combustíveis limpos de US$ 6 bilhões. Na Europa, a consultoria Frost & Sullivan prevê vendas de US$ 2,4 bilhões em 2008. Na Embrapa, a aposta é que o Brasil possa se tornar fornecedor de 60% do biodiesel global.
Com a implantação do B5 (prevista antecipação da obrigatoriedade para 2010), estimasse necessário um aumento equivalente a 2,5 milhões de hectares de girassol para biodiesel ou 5 milhões de hectares de soja.
Sobre a Granol
A Unidade da Granol está localizada em Cachoeira do Sul na região central do Estado, possuindo uma disponibilidade para atuação na compra de soja em uma área superior a 50% da utilizada na produção desta oleaginosa no Rio Grande do Sul - que produz anualmente 8/9 milhões de toneladas - e significativo mercado consumidor de produtos resultantes (óleo e farelo).
Sua localização também favorece a distribuição dos produtos resultantes para a região de Porto Alegre e o escoamento facilitado para o Porto do Rio Grande. Tanto o recebimento de matéria-prima quanto o escoamento da produção pode ser feito por via rodoviária (malha viária disponível na região), por via ferroviária (dispõe de desvio ferroviário interno) e por via fluvial (com porto próprio) sobre a Hidrovia do Rio Jacuí / Lagoa dos Patos / Porto do Rio Grande.
Está situada em uma área de 815.507 m² com área construída de 54.626,52 m² .Conta com uma subestacao propria de 69.000 volts ,e a capacidade de energia elétrica de 10.000 KVA. A unidade conta também com quatro grupos geradores de 1.260 KVA cada um para atendimento do consumo quando necessário. A unidade industrial de Cachoeira do Sul tem caldeiras de geração de vapor para queima de carvão mineral (abundante na região), residuais celulósicos como cascas de arroz e lenha (”stand-by”).