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Raízen limita fixação para açúcar em 15/16 por incerteza sobre clima

El Niño, faz a companhia intensificar o monitoramento


A fixação antecipada de preços de açúcar da Raízen Energia para a safra 2015/16 está abaixo da média para esta época, em meio à incerteza sobre o efeito do clima nos preços da commodity no ano que vem, disse o presidente da Cosan nesta quarta-feira.

A Raízen é uma joint venture entre a brasileira Cosan e a anglo-holandesa Shell para atuação em etanol, açúcar, distribuição de combustíveis e cogeração.

"Olhando para frente, realmente estamos abaixo do que estaríamos normalmente... Temos que entender um pouco melhor como os efeitos climáticos vão impactar os preços lá na frente", disse o presidente-executivo da Cosan, Marcos Lutz, em conferência com jornalistas para comentar os resultados do trimestre.

A empresa de infraestrutura e energia Cosan teve lucro líquido de 256,1 milhões de reais primeiro trimestre, graças a melhoras do resultado financeiro e dos números da Raízen, informou a companhia na terça-feira.

Ele ponderou que a incerteza sobre o rumo dos preços é recorrente, mas a possibilidade da ocorrência de fenômenos climáticos, como o El Niño, faz a companhia intensificar o monitoramento, além de acompanhar o câmbio, antes de definir fixação antecipada.

"Não existe, neste momento, nenhum grande incentivo para acelerarmos a fixação. Mas a gente vai tentar entender um pouco mais a situação para tomar uma decisão", acrescentou ele, sobre as vendas antecipadas da companhia.

O fenômeno climático El Niño, que tem grandes chances de ocorrer este ano, tende a trazer mais chuvas para algumas regiões do centro-sul. Se essas precipitações ocorrem no pico de moagem de cana, em geral prejudicam os trabalhos e a qualidade do produto. Mas, dependendo da fase em que está o canavial, pode ajudar no desenvolvimento da planta.

Já para a safra atual do centro-sul (2014/15), iniciada em 1o de abril, a companhia já fixou 58 por cento do volume previsto de comercialização.

A Cosan estima vender entre 4,4 milhões e 4,7 milhões de toneladas em 2014, contra 4,47 milhões de toneladas em 2013.

"O percentual de 58 por cento está praticamente em linha com o que fazemos, talvez pouca coisa menor. É algo que seria normal para esta época do ano", disse Lutz.

Os preços atuais foram fixados acima dos cerca de 40 centavos de real por libra-peso da safra anterior, apontando para uma melhora marginal nos resultados da companhia, acrescentou o executivo.

Mas ele ponderou que possíveis alterações no preço do etanol tendem a influenciar o preço do açúcar, por seu potencial de interferir no volume de cana destinado ao biocombustível.

O executivo vê melhorias no resultado por conta das estratégias adotadas na companhia para elevar eficiência e reduzir custos na Raízen Energia.

"Este ano, teremos uma base de custo marginalmente mais baixa por eficiências conquistadas ao longo do processo. Marginalmente, a gente espera uma safra melhor", avaliou.

 

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