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Ramadan estimulou alimentos brasileiros

Certificado Halal, que garante a procedência alimentar adequada aos muçulmanos


Foto: Divulgação

O mercado muçulmano é um dos mais aquecidos e tem trazido muitas oportunidades para o agronegócio brasileiro. A primeira exportação brasileira de frango ocorreu em 1975, quando foram embarcadas 3.500 toneladas para a Arábia Saudita e Kwait. Desde então o envio de produtos para esses destinos só cresceu. Segundo o Departamento de Inteligência de Mercado da Câmara de Comércio Árabe Brasileira apontou que as exportações aos países árabes somaram US$ 7,1 bilhões somente nos sete primeiros meses de 2020. 

São proteínas como carne de frango e bovina, mel, frutas, açúcar e grãos. Em 2020 foram quase 400 mil toneladas de carnes bovinas (receita de US$ 1.302.641.520,00) e 1.900 milhão de tonelada de frango (US$ 2.395,20 milhões) exportadas para os países árabes e Ásia.

Uma das oportunidades é o Ramadan, o nono mês do calendário islâmico, época mais sagrada para os muçulmanos. Entre outras atividades, esses, que seguem a lei islâmica, também chamada de Shariah, jejuam entre a alvorada e o pôr do sol, não consumindo qualquer tipo de comida ou bebida nesse período, inclusive água. O mês sagrado vai até  o dia 12 de maio em 2021.

Para respeitar a tradição secular do povo islâmico, e também conquistar espaço no mercado internacional é preciso a Certificação Halal. O selo, que é emitido por uma entidade certificadora reconhecida por países islâmicos, atesta que determinada empresa segue os requisitos legais baseados na Shariah quando produz e comercializa alimentos.

Uma das especificações que a certificação exige é que durante o abate do animal, sua face esteja voltada para a Meca, o que é seguido pelos frigoríficos. Outros processos são igualmente importantes, como o fato de a faca estar bem afiada e não ser amolada em frente ao animal, ele não estar com sede no momento que antecede o abate, o corte ser no pescoço em um movimento de meia-lua, entre outros. Os muçulmanos podem comer frutos do mar, algo que eles já consideram purificados, e outros tipos de carne, exceto suínos, pois são considerados impuros. 

Uma das empresas que comercializa para os países muçulmanos é a paranaense de alimentos cozidos a vapor e embalados a vácuo, Vapza. A empresa tem a certificação e na linha de produção precisa passar por processos de limpeza e análise constante, garantindo a não existência de contaminação cruzada com ingredientes de procedência suína.

Enrico Milani, CEO da Vapza Alimentos, explica a importância de obter a certificação. “Conquistamos o selo Halal em 2014 e até hoje somos certificados para atuar a partir dos preceitos islâmicos. Temos atualmente mais de 42 produtos no portfólio que atendem às determinações do Shariah. Além disso, não só preservamos os ingredientes de qualquer contato ou contaminação cruzada com a carne suína, como também fazemos isso com o álcool, também proibido para os muçulmanos”, comenta Milani.

O instituto Pew Research Center realizou mais de uma década de pesquisas globais sobre religião, e afirma que os islâmicos já representam mais de 1,8 bilhões de pessoas em todo o mundo. Outra estimativa é a de que essa seja a religião mais popular da Terra em até 40 anos, ultrapassando o cristianismo. O país com maior quantidade de muçulmanos no mundo é a Indonésia, com 90% da população islâmica, seguida por Paquistão, Turquia, Catar, Índia e Egito, entre outros localizados principalmente no Oriente Médio, norte da África e sul da Ásia.
 
 

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