Resistência genética na safra gaúcha de trigo
Em meio à ocorrência de um severo El Niño, dia de campo destaca práticas de manejo que visam maior segurança na lavoura
Foto: Pixabay
O Rio Grande do Sul está ingressando no último terço da safra de trigo de 2023, enfrentando uma série de desafios para os agricultores, principalmente devido à abundância de chuvas causada pelo já previsto El Niño. O extenso período de umidade, que acumulou mais de 400 milímetros em várias regiões gaúchas em setembro, combinado com temperaturas elevadas, criou condições propícias para o surgimento de doenças atípicas na realidade rio-grandense. Um exemplo é a brusone da espiga, que não era registrada no estado desde 2014, e a estria bacteriana (Xanthomonas), enfermidades comuns no Cerrado brasileiro. Além disso, a giberela também se manifestou em diversas plantações de trigo no estado.
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No entanto, diante de todos esses desafios, os agricultores contaram com a resistência genética das variedades de trigo como um aliado crucial para gerenciar suas plantações. “Se esse cenário fosse encarado com genéticas que cultivávamos há uma década, teríamos perdas muito mais significativas do que as vistas atualmente. É um cenário que a genética está ajudando a contornar”, destaca o supervisor comercial da Biotrigo, Gustavo Posser. E tendo em vista a orientação para o melhor manejo das genéticas disponibilizadas pela Biotrigo, cerca de 300 pessoas, dentre multiplicadores de sementes, assistentes técnicos e representantes da indústria moageira, especialmente da região das Missões, participaram do Dia de Campo Biotrigo 2023. O evento ocorreu nesta quinta-feira (5), em Ijuí (RS).
Eventos como esse representam uma grande oportunidade para a cadeia tritícola olhar a campo os novos lançamentos da Biotrigo no ano. Mas na edição de 2023 do evento, os participantes também puderam conferir diversos conteúdos técnicos relacionados à plantabilidade, extração e exportação de nutrientes em trigo e manejo de doenças da cultura, como a giberela, fatores-chave no manejo da lavoura.
Segundo Tiago, TBIO Audaz está entre as variedades de trigo mais semeadas da região gaúcha das Missões ao longo dos últimos quatro anos. E um dos três lançamentos apresentados pela Biotrigo no Dia de Campo de Ijuí 2023 foi justamente a evolução dessa cultivar. Biotrigo Talismã, que também possui um ciclo precoce, oferece ao agricultor um perfil muito similar à sua antecessora, mas com importantes ganhos em potencial de rendimento e pacote fitossanitário. “Especialmente em 2023, Talismã vem mostrando o quanto as suas fortalezas se destacam em anos úmidos. De forma geral nas lavouras da região, a cultivar suportou bem a incidência de mancha amarela no início do ciclo. Talismã também chamou a atenção ao seu comportamento para brusone da espiga e bacteriose, além de giberela, doença a qual possui um excelente nível de resistência”, menciona. Em comparação a Audaz, os ensaios realizados pela Biotrigo ao longo de três anos mostram que Talismã teve um rendimento ainda maior que a cultivar, considerando uma média no país, fato relevante devido ao alto potencial produtivo de Audaz, reconhecido no mercado.
Com informações da assessoria*