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Rio Paraguai pode ter sido contaminado por defensivos agrícolas

O rio Paraguai é uma das bacias do Pantanal, um dos principais do Estado


No último sábado (16.03), um caminhão de carga caiu nas proximidades do rio Paraguai, em Alto Paraguai (a 219 km de Cuiabá) despejando, possivelmente, defensivo agrícola nas águas. De acordo com a pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), O veículo ainda não foi identificado até a manhã desta quarta-feira (20).

No último domingo (17), diversos peixes foram encontrados mortos no rio. A mortandade, segundo moradores da região, teria sido motivada por contaminação na nascente, considerada Área de Proteção Ambiental (APA), supostamente em razão de agrotóxico que atingiu a água.

O rio Paraguai é uma das bacias do Pantanal, um dos principais do Estado. Ele passa por diversos municípios, entre eles Cáceres, e também atravessa territórios fora do Brasil, como Paraguai, Argentina e Bolívia.

Desde domingo, a Prefeitura de Alto Paraguai suspendeu o abastecimento de água na região, para apurar se o rio está contaminado. 

Segundo a secretaria, quando fiscais chegaram ao local do acidente, o caminhão já havia sido retirado das proximidades do rio. A pasta informou que somente soube da queda do veículo porque havia sinais de acidente e a carga de milho estava tombada. A Sema apura se o veículo também carregava defensivos agrícolas, que, segundo a entidade, podem ter caído no rio durante o acidente e contaminado a água.

A secretaria coletou cinco amostras da água da nascente do Rio Paraguai e encaminhou para a Fiocruz, no Paraná. Na terça, também foram enviadas amostras de sedimentos e de peixes mortos para a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), para que estudiosos avaliem o caso.

Conforme a Sema, as amostras encaminhadas à UFMT e à Fiocruz irão atestar se realmente existe a presença de defensivos agrícolas no rio e também irão avaliar os parâmetros normais que indicam a qualidade da água.

Há dois anos, conforme o Ministério Público Estadual, as nascentes do Rio Paraguai foram alvos de análises do Núcleo de Estudos Ambientais e Saúde do Trabalhador (Neast) do Instituto de Saúde Coletiva – ISC da UFMT. Os levantamentos apontaram que a água havia sido contaminada por agrotóxicos.

“Na ocasião, foram detectados princípios ativos de substâncias para os quais não há limites de segurança previstos no Brasil, tanto para água potável quanto para água superficial, como o Clomazone, Imidacloprido, Propoxur e Tiametoxam”, informou o Ministério Público Estadual.
 

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