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Rodrigues discute hoje reestruturação do setor lácteo

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, recebe hoje (14/01) dirigentes cooperativistas e industriais para iniciar as discussões sobre as possibilidades de reestruturação do setor lácteo brasileiro abertas com a crise da Parmalat. “É preciso rediscutir e redesenhar o sistema para dar um peso maior ao sistema cooperativista de leite na linha da agregação de valor, tecnologia e escala”, diz. “No curto prazo, me preocupa manter a renda do produtor para que ele continue na atividade e garantir o abastecimento ao consumidor daqui a quatro ou cinco meses, quando começa o período de entressafra”.

Às 11h30, o ministro receberá os presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas; da Confederação Brasileira das Cooperativas de Laticínios (CBCL), José Pereira Campos Filho; da Leite Brasil, Jorge Rubez; e da Comissão de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Alvim. Em seguida, às 15 horas, discutirá o assunto com o presidente da Nestlé, Ivan Zurita. “Temos que aproveitar a oportunidade para rever todo o sistema de produção de leite no Brasil. Já conversei com o BNDES e precisamos desenhar um modelo no qual o produtor de leite seja beneficiário da agregação de valor. Isso implica num forte reordenamento do sistema cooperativo, que está maduro e preparado para fazer isso”, diz.

Segundo o ministro, é preciso discutir um programa de fusão e aquisição de cooperativas para resolver as questões de escala e agregação de valor com investimento do produtor por meio de suas cooperativas. “É a única maneira de garantir a permanência na atividade do pequeno produtor, que é um elemento fundamental na garantia de renda da agricultura familiar no Brasil”.

Roberto Rodrigues quer reduzir “qualquer possibilidade” de desabastecimento do mercado brasileiro. “Por isso, convidei os dirigentes do setor para discutir a crise momentânea que, na verdade, é uma crise anunciada há muito tempo”. Segundo o ministro, a cadeia do leite tem problemas históricos. O primeiro deles é o padrão tecnológico. “É impraticável imaginar que se pode ganhar dinheiro produzindo três litros de leite por vaca”, diz. Ele acredita que é essencial mudar o rebanho, melhorar a produtividade e adotar novas tecnologias. “O produtor de leite também precisa de escala para aumentar a renda”. Segundo Rodrigues, a agregação de valor requer a transformação do produto in natura em derivados, como leite em pó, requeijão e manteiga, para aumentar o acesso do produtor a uma maior fatia dos ganhos do setor. O Brasil produzirá 22 bilhões de litros de leite neste ano. Quase 20% da produção está na informalidade. “Vamos ampliar a fiscalização para formalizar essas relações no mercado. Mas já avançamos bastante em 2003”.

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