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Rondonopólis (MT) perde R$ 37 mi com restrição de OGM

Os produtores de algodão deixaram de ganhar quase R$ 21 milhões


Produtores de soja, milho e algodão de Rondonópolis (MT) perdem R$ 37,7 milhões por safra devido à proibição do uso de sementes geneticamente modificadas pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). A estimativa é feita com base nos dados da produção agrícola municipal de 2005, os mais recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e no levantamento dos prejuízos provocados pela restrição no uso de biotecnologia –resultado de um levantamento realizado pelo doutor em fitopatologia, José Roberto de Menezes, um dos palestrantes da TecnoCampo 2007, que acontece dia 30 e 31 de março em Rondonópolis.

Nos 19 municípios que formam a Região Sul do Estado, as perdas somam R$ 733,3 milhões no período. Nas plantações de algodão, a limitação no uso de organismos geneticamente modificados provoca prejuízos de em média R$ 1,6 mil por hectare, conforme Menezes. Nas lavouras de milho, as perdas são de cerca de R$ 500 por hectare. Já no caso da soja, os produtores deixam de ganhar R$ 200 por hectare. De acordo com o pesquisador, as perdas são conseqüência da baixa produtividade obtida com as cultivares convencionais, por causa da falta de resistência das lavouras às doenças e pragas. Problema que seria evitado com o uso de organismos geneticamente modificados (OGM).

O confronto dos dados fornecidos pelo pesquisador com os números de safra do IBGE, aponta que os cotonicultores foram os que mais deixaram de ganhar com a demora na liberação de novas variedades transgênicas pela CTNBio. Levando em consideração que em 2005 a área colhida da pluma totalizou 13,1 mil hectares em Rondonópolis, os produtores deixaram de embolsar quase R$ 21 milhões na safra. Já os sojicultores perderam em média R$ 13,6 milhões nos 68,250 mil hectares colhidos, enquanto que os produtores de milho contabilizaram prejuízos na ordem de R$ 3,1 milhões nos 6,335 mil hectares aproveitados para o plantio do grão.

Na Região Sul, o prejuízo dos cotonicultores chega a R$ 387,1 milhões naquele ano. O cálculo leva em consideração uma área colhida de 241,9 mil hectares. Os sojicultores perderam R$ 258,6 milhões em 1,2 milhões de hectares colhidos e os produtores de milho, embora tenham contabilizado prejuízos menores, deixaram de faturar R$ 85,5 milhões em uma área de 175,1 mil hectares. Menezes considera que se a CTNBio liberar o uso de variedades de milho resistentes aos herbicidas residuais e às lagartas, a safrinha do grão terá incremento de 30% a 40% na produção. Isso significaria o aumento de 20 sacas por hectare.

Atualmente, a produtividade média das lavouras de milho é de 80 sacas por hectare. A introdução de variedades modificadas geneticamente resultaria na colheita de aproximadamente 100 sacas de milho por hectare plantado. Considerando o rendimento médio do milho, tendo como padrão a produção norte-americana, nos últimos 10 anos a produtividade já aumentou 20%. Em 1995, a colheita do grão oscilava entre 120 e 125 sacas por hectare. Já em 2006, os produtores de milho registraram uma produtividade média de 155 sacas por hectare. Além disso, a redução no uso de inseticidas foi na ordem de 80%.

Segundo o pesquisador, o melhoramento da planta pelo uso de biotecnologia aponta significativos avanços no combate às doenças e pragas nas lavouras. No algodão, com a liberação das variedades geneticamente modificadas, as aplicações de inseticidas reduziriam 12 vezes, além de a produção ampliar entre 20% e 30%, partindo de 150 arrobas para 250 arrobas por hectare. “Sem contar a facilidade de cultivar com a resistência às lagartas”, analisou. No caso da cultura do algodão, o problema com lagartas pode ser reduzido em até 50%. No milho, esse percentual pode chegar a 70%.

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