Rota marítima pelo Pacífico pode reduzir custos de frete
Quem usa os portos do Arco Norte pode obter redução de até 35% no frete
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Um levantamento feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostra que agricultores que usam os portos do Arco Norte podem obter redução de até 35% nos custos do frete por tonelada exportada ao adotar rotas marítimas pelo Pacífico. A queda ocorre mesmo com o pagamento da taxa de utilização do Canal do Panamá. O custo médio da passagem de um navio em torno de US$ 150 mil, chegando a quase o dobro desse valor dependendo do tamanho da embarcação. Fazem parte do Arco Norte as rotas Porto Velho (RO); Miritituba, Santarém e Barbacena (PA); Itacoatiara e Manaus (AM) e Itaqui (MA).
A alternativa seria importante para melhorar a competitividade dos produtos agrícolas brasileiros, uma vez que pode representar menor tempo de navegação, com decorrente redução do frete, custos operacionais, combustível e emissões, entre outros, bem como possibilitar a abertura de novos mercados de origem asiáticas.
“O que se precisa para atingir esse índice de redução são algumas melhorias na infraestrutura, para adequar a realidade portuária brasileira a essas oportunidades, como a utilização do Canal do Panamá”, pondera o superintendente de Logística Operacional da Conab, Thomé Guth. “Por isso, algumas empresas brasileiras e terminais portuários já assinaram acordo internacional de intercâmbio de informações e cooperação técnica com as autoridades panamenhas”.
O Canal do Panamá inaugurado em agosto de 1914, é um canal artificial de navios com 82 quilômetros de extensão, localizado no Panamá e que liga o oceano Atlântico, através do mar do Caribe, ao oceano Pacífico. O canal atravessa o istmo do Panamá e é uma travessia chave para o comércio marítimo internacional, que hoje corresponde a 5% do comércio mundial, com movimentação anual de mais de 15 mil navios, 140 rotas marítimas e 1.700 portos em 160 países.
Com o início da colheita da soja, a contratação do serviço de frete rodoviário em janeiro começou aquecida em Mato Grosso. No entanto, mesmo com o aumento de até 18% nos preços, quando comparado com dezembro do ano passado, os valores ainda estão até 16% menores em relação ao mesmo período em 2020. A expectativa é que as cotações aumentem ainda mais em fevereiro e março, à medida que a colheita da oleaginosa avance pelo país.
Ainda de acordo com o boletim, o mercado de fretes rodoviários deve continuar forte ao longo do 1º semestre, tendo em vista a estimativa de produção recorde, bem como a existência de grande volume de comercialização antecipada.