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RS: colheita dos citros se aproxima do final em Lajeado

As temperaturas amenas prolongaram um pouco mais a floração, e é bom o desenvolvimento inicial de frutos jovens


Foto: Seane Lennon

A colheita da safra de citros da região de Lajeado está se encaminhando para o final, continuando somente nas variedades tardias e em alguns municípios da região. As condições climáticas favoráveis continuam permitindo a permanência das frutas nas árvores (caso das laranjas tardias), embora com redução das precipitações pluviométricas em outubro (próximo da metade da precipitação normal do mês), e sem chuvas suficientes no início de novembro. Além disso, as temperaturas amenas prolongaram um pouco mais a floração, e é bom o desenvolvimento inicial de frutos jovens. As temperaturas amenas reduzem o risco de doenças. 

De acordo com informações divulgadas no Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (17/11), a região prossegue com o controle de moscas-das-frutas nas frutas maduras e a prevenção da pinta-preta nas laranjas e bergamotas da safra 2023. Continua também a poda das variedades de ciclo normal e tardias. Não foram relatados problemas fitossanitários significativos até novembro.

Na colheita de bergamotas, com exceção da variedade tardia Montenegrina e do tangor Murcott, nos municípios que trabalham com a comercialização na Ceasa, como São Sebastião do Caí e São José do Hortêncio, a safra está encerrada. Os produtores que conseguem armazenar as bergamotas tardias em câmaras frias conseguem auferir, a partir de agora, preços mais significativos. Com a colheita da Montenegrina já encerrada, o preço pago é de R$ 50,00/cx. de 25 quilos, em média. Esse preço tem a tendência de se elevar ainda mais nas próximas semanas. As frutas dessa variedade continuam com boa procura no mercado pela qualidade apresentada, pela preferência dos consumidores e, no momento, pela baixa oferta. A Murcott, a mais tardia das bergamotas, também está no seu final, com 98% já colhida. Também pode ser armazenada em câmaras frias e estender o período de comercialização. Nesta segunda semana de novembro, os preços praticados foram de R$ 55,00 a R$ 60,00/cx. de 25 quilos. A qualidade tem se mantido e oferece sabor pronunciado e agradável. Os preços têm se mantido em bons níveis, agradando tanto aos citricultores como os comerciantes. 

Com relação às laranjas, os citricultores estão em plena colheita da Valência, a principal laranja cultivada na região e servindo para suco e mesa, com 90% já colhida e comercializada a R$ 27,00/cx. de 25 quilos, portanto estável. As demais variedades tardias, como a umbigo Monte Parnaso e a Céu Tardia, encerraram a colheita no final de outubro e nas primeiras semanas de novembro tanto no Vale do Caí como no alto Vale do Taquari. A colheita da lima ácida Tahiti está 90% realizada. O preço continua em bom patamar e sendo praticado, em média, a R$ 100,00/cx. de 25 quilos, ao produtor. O período é de baixa oferta e comercialização dessa variedade, o que mantém o preço elevado. A redução da safra está se confirmando em média 30% na laranja e em torno de 15% na bergamota. No alto Vale do Taquari, para laranja, a redução ocorrida foi maior, ultrapassando os 50%, especialmente em Arvorezinha e Anta Gorda, os principais municípios produtores dessa microrregião. 

Na região, os citricultores e todos os envolvidos na cadeia produtiva da citricultura estão preocupados com a detecção do Greening em Santa Catarina. No Rio Grande do Sul, não foi detectada essa doença, e o esforço de todos deve ser no sentido de evitar que ele seja introduzido. As formas possíveis de entrada dessa doença são através de mudas cítricas ou de Murta ornamental (Murraya paniculata) ou de folhas, ramos ou gemas de plantas cítricas infectadas com a doença. Além disso, pode ocorrer com a introdução do Psilídeo (Diaphorina citri), que é o agente transmissor, caso esteja infectado, e pode vir em cargas de citros importadas dos estados com a doença presente (São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso do Sul e também Santa Catarina). O pedido é que a fiscalização por parte do Estado do Rio Grande do Sul seja reforçada, possa ser o suficiente para cobrir as fronteiras 24 horas por dia e capazes de evitar a sua entrada, pois é a mais devastadora doença dos citros no mundo. 

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