O Boletim "De Olho Na Safra", recentemente divulgado pelo Centro de Tecnologia Canavieira, lança luz sobre um início desafiador para a safra de cana-de-açúcar 2024/2025. Em abril, as lavouras enfrentaram um déficit hídrico significativo devido ao menor regime e à irregularidade das chuvas, criando um cenário climático complexo para os produtores.
Apesar desses desafios, os números revelam alguns resultados surpreendentes. A produtividade dos canaviais colhidos no Centro-Sul em abril atingiu uma média de 85,6 toneladas por hectare, um aumento de aproximadamente 2% em comparação com a safra anterior.
Esse aumento na produtividade é notável, especialmente considerando o contexto climático adverso. Dois fatores principais contribuíram para esse resultado: Primeiro, o impacto de um inverno mais chuvoso na safra 2023/24 beneficiou os canaviais precoces da safra atual. Condições climáticas favoráveis durante o período de crescimento influenciaram positivamente a produtividade.
Segundo, um volume significativo de cana bisada, representando cerca de 16% do total colhido no Centro-Sul, foi colhido. Esta proporção é consideravelmente maior do que a média usual de 5%. A colheita desses canaviais da safra anterior também contribuiu para a produtividade geral.
Apesar da aparente robustez da produtividade, é importante destacar que o verdadeiro desafio reside na qualidade da cana produzida. Com o clima mais seco, houve um aumento nos indicadores de qualidade, particularmente o Teor de Açúcar Recuperável (ATR). Em abril, a média de ATR por tonelada de cana atingiu 115,9 quilogramas, um aumento de 2 quilogramas em relação ao mesmo período do ano anterior.