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Safra de grãos pode voltar a ser recorde

O Brasil poderá colher a sua maior produção de grãos da história


Confirmadas projeções para segunda colheita de milho, produção retoma níveis da temporada 2002/03. O Brasil poderá colher a sua maior produção de grãos da história se as previsões de uma safrinha recorde de milho se confirmarem. Sem projeções para a segunda lavoura do milho, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima uma colheita de 120,2 milhões de toneladas - a maior desde 2002/03, quando foram 123,1 milhões de toneladas.

No entanto, analistas de mercado acreditam que o milho da segunda safra poderá ter uma produção de 1,5 a 3 milhões de toneladas maior que a anterior. Considerando esses dados, o campo deve ofertar mais de 123 milhões de toneladas. O clima será determinante, pois a área total da safra caiu 4,4%.

"Em condições normais de clima os números podem ser ainda maiores", diz Leonardo Sologuren, analista da Céleres. A consultoria projeta uma safrinha de 10,9 milhões de toneladas. Outras empresas estimam números ainda maiores: 11,8 milhões de toneladas, segundo a Safras & Mercado, e entre 11 e 13 milhões de toneladas, de acordo com a Cogo Consultoria Agroeconômica. "Os preços no início do ano podem mexer na tendência atual", avalia Paulo Molinari, da Safras & Mercado. Para Carlos Cogo, da Cogo Consultoria Agroeconômica, as cotações do grão devem se manter firmes no ano que vem, sustentadas pela paridade internacional. Os analistas acreditam que o mercado internacional influenciará a intenção do plantio para o grão, uma vez que os estoques mundiais são os menores entre as commodities, representando 13% do consumo mundial e, nos Estados Unidos, há uma forte demanda do grão para a produção de etanol.

"As exportações não vão deixar os preços caírem significativamente nem na colheita", afirma Sologuren. As estimativas da Conab são de embarques de 4,5 milhões de toneladas, volume 21,6% superior à safra passada. Todas as consultorias projetam aumento de produção e de área plantada para o milho safrinha. "A tendência é de uma colheita maior, mas ainda é cedo para fazermos esta estimativa", diz Eledon Oliveira, gerente de Avaliação de Safras da Conab. A estatal projetou 9,9 milhões de toneladas para a segunda colheita de milho, baseada na média histórica dos últimos anos.

Para a primeira safra do grão a Conab projeta uma produção de 33,6 milhões de toneladas - 5,7% superior à passada.

Se o milho safrinha pode mudar as estimativas para a colheita brasileira, a soja é a grande surpresa até o momento. Pelas previsões da estatal, a produção da oleaginosa será recorde: 54,7 milhões de toneladas, 2,4% superior à 2005/06. Segundo Oliveira, apesar de a área ser 7,1% menor, a produtividade será maior, uma vez que as perspectivas são de um clima favorável - na safra passada houve seca. "No entanto, o custo de produção pode aumentar, pois já há incidência de ferrugem asiática", diz.

Segundo Oliveira, com a crise do agronegócio, o agricultor optou por reduzir a área cultivada em quase todas as culturas - exceto no feijão e no algodão - utilizando terras mais produtivas. Os preços influenciaram a intenção de plantio. Por isso, o cultivo de feijão da primeira safra aumentou 8,9%, com projeção de colheita de 1,3 milhão de toneladas. Para o algodão, a Conab estima um acréscimo de 20,8% na superfície cultivada e uma colheita de 1,3 milhão de toneladas de pluma (acréscimo de 29,4%). Além dos preços mais altos, Oliveira destaca a contratação de exportações - com negócios fechados para os próximos dois anos.

Pelo segundo ano consecutivo, a produção de arroz será menor que o consumo, uma vez que a redução de área no Rio Grande do Sul não compensou o aumento em Mato Grosso. A estimativa é de uma safra de 11 milhões de toneladas para um consumo de 13,2 milhões de toneladas.

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