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Safra de milho dos EUA pode sofrer com escassez de sementes

Produção americana de semente está 25% a 50% menor


Enquanto os produtores rurais dos Estados Unidos se preparam para semear a safra de milho deste ano, começam a enfrentar um obstáculo inesperado: falta de sementes.

Segundo algumas estimativas, a produção americana de semente de milho está 25% a 50% menor para a safra deste ano. A produção de sementes de milho, gerada por plantas especializadas, foi cortada por causa da seca na região central e nas planícies dos EUA ano passado.


A escassez de sementes ameaça atrapalhar o que algumas pessoas esperam ser a maior safra de milho dos EUA, maior produtor mundial, desde a Segunda Guerra. As primeiras previsões apontam para um aumento de 38 milhões de hectares na safra, 3,4% a mais que em 2011.

O problema pode gerar o segundo ano seguido de turbulência no mercado de milho. As temperaturas altas do ano passado geraram uma safra americana menor que a esperada pelos operadores, alimentando uma alta histórica da cotação do milho, que bateu recorde no terceiro trimestre, a US$ 8 o bushel.

A cotação do milho caiu no segundo semestre quando a safra de outono reabasteceu a oferta. Mas os futuros do milho têm subido nas últimas três semanas e já registram alta de 14% no período. Embora boa parte disso seja motivada pelos temores de uma colheita menor que a esperada na América do Sul por causa da seca, a perspectiva de declínio na oferta de sementes pode impulsionar ainda mais a cotação, disse Jason Britt, presidente da corretora americana Central States Commodities.


O futuro do milho fechou na quarta-feira inalterado a US$ 6.5850 o bushel na Bolsa de Chicago. Uma safra decepcionante pode reativar as expectativas de o milho chegar a US$ 9 ou US$ 10 o bushel, disse Britt.

"As consequências de termos uma safra igual à do ano passado seriam bem severas", disse Britt. Os operadores "começarão a questionar se a safra que estamos plantando agora está começando com o pé esquerdo".

A Monsanto Co. e outras grandes produtoras de sementes continuam otimistas sobre a oferta.

A Pioneer Hi-Bred, a subsidiária de sementes da DuPont Co., informou que alguns produtores não poderão receber agora as sementes que preferem, mas notou que isso acontece todo ano. A empresa não prevê que ocorrerá uma escassez severa por causa da oferta limitada de sementes, disse Terry Gardners, diretor de marketing e eficiência de vendas da Pioneer.

"Estamos numa posição excelente em relação a contarmos com uma oferta adequada de sementes", disse Gardner.

A Monsanto, maior produtora de sementes do mundo em volume, ressaltou, através de um porta-voz, uma apresentação para investidores em novembro onde um executivo da empresa expressou confiança na integridade da oferta de sementes.

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