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Safra de milho expõe fragilidade dos EUA

"O ‘boom’ de produção virou um sinal de vulnerabilidade estrutural"


"O ‘boom’ de produção virou um sinal de vulnerabilidade estrutural" "O ‘boom’ de produção virou um sinal de vulnerabilidade estrutural" - Foto: USDA

Os Estados Unidos vivem uma das maiores safras de milho da história, ultrapassando a marca de 400 milhões de toneladas, mas o cenário que poderia representar prosperidade se transformou em sinal de alerta para o agronegócio norte-americano. As informações são de Carlos Cogo, Sócio-Diretor de Consultoria da Cogo Inteligência em Agronegócio.

Com o preço do milho caindo para cerca de US$ 3,90 por bushel, valor bem abaixo dos US$ 4,60/bushel necessários para cobrir os custos médios de produção em estados como Iowa, muitos produtores estão enfrentando prejuízos mesmo diante de uma colheita recorde. Paralelamente, a dívida agrícola americana alcançou o patamar histórico de US$ 540 bilhões, em meio a juros altos e crédito cada vez mais restrito. Essa combinação tem pressionado, sobretudo, os produtores arrendatários, que operam no vermelho e perdem capacidade de investimento.

A ausência da China nas compras desta safra e a redução de levantamentos oficiais do USDA agravam a incerteza no mercado. A oferta abundante e o consumo estável formam um desequilíbrio que derruba preços e ameaça a rentabilidade das propriedades rurais. Para muitos analistas, o “boom” de produção expõe uma vulnerabilidade estrutural: quando o volume cresce mais rápido que o mercado, o sistema perde sustentação financeira.

“A redução de levantamentos oficiais do USDA e a ausência da China nas compras desta safra ampliam a incerteza. O resultado: um setor que produz mais, mas lucra menos, colocando em xeque a sustentabilidade financeira da base rural que historicamente sustentou a economia e a política agrícola dos EUA.  O ‘boom’ de produção virou um sinal de vulnerabilidade estrutural: quando o volume cresce mais rápido que o mercado, o campo perde força — e o crédito, a confiança e a renda evaporam”, escreveu, no LinkedIn.
 

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