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Safra goiana de grãos deve crescer 10%

Estima-se que a produção estadual de grãos atinja 11 milhões de toneladas


O campo, que já demonstrava sinais de melhora, tem agora suas esperanças renovadas. Estima-se que a produção de grãos da safra 2007 cresça 10% a mais que a do ano anterior. Serão 11 milhões de toneladas contra 10 milhões produzidas em 2006. Para alcançar esses índices, a Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg) aposta no aumento de iguais 10% na produtividade de grãos de soja, feijão, arroz, milho, entre outros.

De acordo com o presidente da Comissão de Grãos, Fibras e Oleaginosos da Faeg, Alécio Maróstica, o grão que mais se destacará neste ano será o milho, responsável sozinho por 10% do crescimento da produção do setor. “A soja não terá grande destaque porque alguns produtores deixaram o plantio para produzir cana-de-açúcar.”

As regiões Sul e Sudeste serão as mais beneficiadas com a elevação da produção. Alécio conta que está confiante quanto à confirmação desses dados, visto que já está praticamente na metade do cultivo de alguns produtos, como a soja, por exemplo, e os números se mantêm positivos. O presidente da Comissão de Grãos afirma que o grande problema em levantar esses dados é que não se sabe ainda qual tecnologia foi adotada pelos produtores. Pelo endividamento do setor, provavelmente foi adotada menos tecnologia do que no ano passado.

Queda – Na safra de 2006 eram esperadas 11,5 milhões de toneladas de grãos, quando renderam apenas 10 milhões de toneladas. Na mesma safra, a queda na produtividade foi de 20%, devido à crise financeira do campo, ao clima mais seco e a doenças que assolaram as lavouras, como a ferrugem.

Alécio explica que, de acordo com o 7º Levantamento Sistemá-tico da Produção Agrícola, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano passado a safra nacional de grãos foi de 118 milhões de toneladas, enquanto o esperado no início do ano era de 128 milhões de toneladas de grãos. Uma queda de 10 milhões, ou 7,81% a menos que o estimado.

– A Federação pretende realizar um seminário em março com produtores e autoridades para discutir a questão da cana-de-açúcar no Estado. A polêmica foi levantada no ano passado, quando o prefeito de Rio Verde, Paulo Roberto Cunha, aprovou projeto de lei que restringe para 10% o plantio de cana em toda a área destinada à agricultura no município.

Alécio afirma que, tirada a questão da constitucionalidade ou não da medida, o prefeito tem todo o direito de se preocupar com o crescimento produtivo da cidade e tentar achar soluções para possíveis entraves, porém a Faeg ainda pretende discutir a fundo essa questão.

Tanto que ontem o próprio Alécio apresentou dados preli-minares levantados por um consultor agrônomo sobre a lucratividade e custos do álcool extraído do milho. De 60 quilos de milho, podem ser extraídos 25 litros de combustível, um índice de 41%. Ainda dos mesmos 60 quilos podem ser retirados 18 quilos de levedura seca com 45% de proteína, enquanto para cada 100 quilos de cana-de-açúcar podem ser produzidos 8,5 litros de álcool. “Os gastos com uma destilaria nesse sentido seriam um terço do investimento em uma para cana”, compara.

Os números são apenas ilustrativos e provavelmente temas de reuniões futuras. Mas de acordo com Alécio, podem servir também de novos horizontes para o problema da cana no Estado.

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