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Safrinha ameaçada: Falta de chuvas em Abril e Maio

Perda de rendimento do milho brasileiro pode ser o “desencadeador da próxima etapa de alta"


Foto: Pixabay

A segunda safra de milho em Mato Grosso enfrenta dificuldades e exige que chuvas com bons acumulados caiam neste fim de abril e maio para chegar na previsão de produção da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), de 82,6 milhões de toneladas. A afirmação é da Consultoria AgResource Brasil, ao projetar que “infelizmente, essa mudança para um padrão mais úmido está se tornando cada vez mais improvável”. 

“Os modelos climáticos indicam, mais para o médio prazo, tempo seco para a safrinha, com algumas chances de precipitações em Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. Depois disso, um evento de chuva mais expressiva não é indicado no início de maio. Em alguns anos, as precipitações tiveram um corte em meados ou fim de abril, ou seja, não seria algo incomum de acontecer neste ano”, lembram os analistas de mercado.

Porém, acrescentam eles, é no Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo que a produtividade do cereal preocupa neste momento: “Grandes faixas destes estados registraram precipitações de até 33 milímetros nos últimos 30 dias. E o pior: a previsão do tempo no Paraná e Mato Grosso do Sul não indica chuvas até 22 de abril. A AgResource nota que a falta de umidade acontece nestes dois estados desde fevereiro”.

“Se formos olhar por estado, as estimativas de rendimento da safrinha colocam a produção brasileira total de milho em 99,8 milhões de toneladas e a safrinha em 73,5 milhões de toneladas. Um número tão baixo como este não seria tão difícil de atingir mas a questão é que uma produção deste tamanho deve desencadear um importante ajuste no comércio mundial de milho a partir de agosto”, aponta a AgResource Brasil.

A AgResource acredita que a produção total de milho no Brasil estará abaixo de 100 milhões de toneladas, contra 109 milhões de toneladas do USDA e 108,9 milhões de toneladas da Conab, a menos que chuvas caiam nas áreas agrícolas nos próximos 30 a 45 dias. A AgResource Brasil vê ainda uma perda de rendimento do milho brasileiro como o “desencadeador da próxima etapa de alta do milho na Bolsa de Chicago. O prêmio do clima será adicionado às cotações entre o fim de abril e maio, conforme as diminuições de produtividades forem identificadas”.

“Ou seja, a relação entre a perda do rendimento da safra de milho é a mesma que do ganho de exportação dos EUA. A situação se agrava ainda mais com a safra verão do Brasil quase esgotada o que indica que o mercado exportador será um dos últimos a serem atendidos. Com uma safra total abaixo de 96 milhões de toneladas, as cotações em Chicago poderiam alcançar entre US$ 5,50 e US$ 6 por bushel”, concluem os especialistas.

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