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Safrinha de milho deve ser menor

Dois principais Estados produtores já projetam reduções


Foto: Eliza Maliszewski

A Consultoria AgRural reduziu sua estimativa de produção de milho na safrinha 2021 para 80,1 milhões de toneladas, no fim do mês passado. Os ajustes para baixo foram feitos por causa da tendência de produtividade. “Os números serão revisados na segunda quinzena de abril e, persistindo o padrão mais seco e quente, novos cortes poderão ser feitos”, conclui a consultoria.

A explicação está no tempo seco que atinge as principais regiões produtoras como Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Com isso, lavouras semeadas em áreas mais arenosas, ou que receberam menores volumes de chuva nas últimas semanas, enfrentam estresse hídrico. “Há problemas tanto em áreas já entrando em reprodutivo como em áreas semeadas mais tarde, ainda em vegetativo, e parte dos produtores já fala em perda de potencial produtivo”, comenta a consultoria.

A situação é menos complicada em Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, onde tem chovido um pouco mais. Mesmo assim, a apreensão entre os produtores é grande em todo o Centro-Sul. Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) a safra do Estado tem expectativa de cair em 3,5%. A produtividade média ficou em 102,51 sc/ha, e com isso, a produção reduziu, ficando projetada em 34,97 milhões de toneladas. De acordo com o levantamento, o cenário de incertezas é devido ao atraso na semeadura do cereal em MT, que finalizou com 45,34% das áreas semeadas fora da janela, que refletiu em queda nas projeções de produtividade.

Já o Paraná, segundo maior produtor de milho, o índice de lavouras avaliadas com em boas condições de desenvolvimento caiu de 92% para 76%, o de médias subiu de 7% para 21% e o de ruins saiu de 1% para 3%. As informações são da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento, por meio do Departamento de Economia Rural (Deral).

A única região paranaense que ainda segue semeando o cereal Londrina (92%). De acordo com o Deral, a semeadura foi bastante atrasada após as dificuldades da soja e, na região Oeste que foi a mais afetada, entre 30 e 40% das lavouras ficaram fora da janela ideal de cultivo. Segundo o analista de milho do Deral, Edmar Gervário, somente este atraso no plantio já foi suficiente para reduzir as expectativas da entidade de uma produção de 14 milhões de toneladas para 13,4 milhões. Porém, novas reduções não estão descartadas.

O especialista destaca que o sinal de alerta está ligado para os produtores paranaenses com a safra já começando a apresentar problemas de desenvolvimento devido a um período de estiagem e poucas chuvas. Assim, são necessárias precipitações nos próximos 15 dias para normalizar este começo de safra.

Com esta pressão o milho abriu a quarta-feira (14) cotado a R$ 104 a saca na Bolsa de Valores de São Paulo – B3, para maio. Produtores que ainda têm milho seguram em busca de melhores preços o que afeta diretamente cadeias produtivas como aves, suínos e leite.
 

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